A CHEIA DO RIO MADEIRA.

Rio Madeira majestoso,

Filho do Andes querido,

Com volume caudaloso,

Revoltou-se enfurecido,

Nessa enorme inundação,

Cobrindo grande extensão,

De um estado entristecido.

Com chuvas torrenciais,

Lá nas suas cabeceiras,

Foi devagar inundando,

Cidades de suas beiras,

Com velocidade incrível,

Aumentou muito o nível,

Tomando cidade inteira.

A velha estrada de ferro,

Um patrimônio cultural,

História de nosso estado,

Foram cobertos por igual,

Até a velha Maria Fumaça,

Também inundou a praça,

E grande parte da capital.

Subiu dezenove metros,

Foi ilhando a população,

Deixando desabrigados,

Famílias em multidão,

Obrigando a inocentes,

Fugir dessa tal enchente,

Com grande lamentação.

Parece que a natureza,

Felizmente despertou,

Revoltada com o homem,

Que a mesma maltratou,

De olho no tal progresso,

Esta provando de perto,

O monstro que ele criou.

Nem impetro a imaginar,

Na enorme calamidade,

E o surto de epidemias,

Que ronda essas cidades,

Atingidas pela enchente,

E o sofrer de tanta gente,

Sem saúdes na verdade.

São milhares de hectares,

E imensidão de florestas,

Coberto por essa enchente,

Que aos curiosos desperta,

Deixando como herdade,

A improlífica calamidade,

Para tantos como alerta.

A água invadindo tudo,

Coberto com mar de lama,

Expulsando os moradores,

De São Carlos e de Calama,

E os milhares de famílias,

Presas pelas armadilhas,

Dessa tal enchente insana.

Compunge-me o coração,

Pelo grande sofrimento,

Vivido por tantas gentes,

Sem nenhum merecimento,

E o inocente rio Madeira,

Sofrendo pelas trincheiras,

Desse progresso nojento.

Inundou dezesseis bairros,

Dessa grande Porto velho,

Expulsando de suas casas,

Multidões sem paralelos,

Já tem muitos com certeza,

Denunciando a natureza,

Culpando-a pelos flagelos.

Pois embora sendo errado,

Que muitos não acreditem,

São os inteligentes burros,

Embora não se admitem,

Arrebentam co’a natureza,

Com manias de grandezas,

Deixam muita gente triste.

Assim surge a necessidade,

Faltando do leite ao pão,

Com isso os mais espertos,

Explora toda a população,

Pois até o gás de cozinha,

Falta na cidade inteirinha,

Com controle por botijão.

O que mais me indigna,

Ao ouvir de autoridades,

Falando com cara limpa,

Diante a tantas verdades,

Em um descaso aparente,

E só quando morre gente,

Considera-se calamidade.

Fico com o balaio virado,

Por ouvir tantas asneiras,

Pois as pessoas sem noção,

Dos pobres quer a caveira,

Com seus discursos baratos,

Querendo encobrir os fatos,

Dessa tragédia verdadeira.

Fico triste quando eu vejo,

Toda a rodovia inundada,

Com as filas de caminhões,

Por quilômetros de estrada,

Sabendo que em algum lugar,

Estão milhares a aguardar,

Sua tão esperada chegada.

Com essa enchente insana,

Que invadiu mata adentro,

Vai matando fauna e flora,

E extinguindo os sustentos,

Das famílias de ribeirinhos,

E os milhares de bichinhos,

A morrer nesses momentos.

Há um perigo iminente,

Nas águas do madeirão,

Pelos troncos de madeira,

A descer sem permissão,

Que o prático noite e dia,

Obriga-se a ter maestria,

Pra guiar a embarcação.

Com tanta gente sem teto,

Na enchente que perdura,

E Famílias desabrigadas,

Vivendo grande tortura,

E muitos se apegando a fé,

Na espera se Deus quiser,

Dar alívios às amarguras.

Famílias perderam tudo,

Que com esforço construiu,

Casas, móveis e algo mais,

Que a enchente destruiu,

Deixando aos desalojados,

Em ginásios amontoados,

Assim aqui ninguém viu.

Uns dizem que as usinas,

São as principais culpadas,

Dessa eminente tragédia,

Pela enchente provocada,

De jirau e santo Antônio,

Só sei que matou o sonho,

De quem já não tinha nada.

Em todas as áreas rurais,

Chamada baixo madeira,

Animais ficando ilhados,

Em propriedades inteiras,

É gigantesca a inundação,

Muito maior a desolação,

A Rondônia e fronteiras.

Cosme B Araujo.

18/03/2014.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 18/03/2014
Código do texto: T4733928
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.