NUM BULA NÃO

Doutor, conversa mais entronchada

Eu tenho é 60 ano

E ainda num ‘tô’ vissando

De aceitar tal empreitada

Cruz em ‘bera’ de estrada

Eu deixei foi um ‘bucado’

Já vim pra cá obrigado

Fazer essa diabo de ‘consurta’

Pra querer tu, um ‘fi da puta’

Desrespeitar meu respeitado

Vá enfiar esse dedo

Nas ancas do satanás

Pois mexer aqui atrás

Tu num mexe nem tão cedo

Eu sou ‘homi’ de respeito

Preservador do próprio nome

Toda vida eu fui ‘homi’

Deixar num há de ser agora

Essa tal Próstata estoura

Mas o senhor não comi

O pobre Dr. Fragoso

Se esforçou na explicação

Dizendo ser uma prevenção

Aquele exame curioso

Um tanto quanto desonroso

E um ‘bucado’ atrevido

Até que o impasse do furico

Devagarzinho amoleceu

Com duas hora o ‘véi’ cedeu

Fazer o exame foi convencido

Mas antes o ‘véi’ pegou peixeira

Segurou firme na mão

Desceu as calça ‘inté’ o chão

Se acocorou na alta esteira

La vinha a dedada certeira

Pro doutor fazer o tato

Mas um pouco antes do ato

O ‘véi’ tratou de avisar

Se depois do dedo enfiar

Tu inventar de rodar eu te mato

Após o enxame feito

O velho se ajeitou com pressa

- Doutor ‘tenhamo’ uma conversa

Sou de ‘famia’ de respeito

E não ‘damo’ a nenhum sujeito

Liberdade de a desonrar

O senhor ‘bulio’ num lugar

Onde volta num tem mais não

Só nos restando uma solução

Se ‘bulio’ tem que casar...

Jefferson Desouza (CORDEL)
Enviado por Jefferson Desouza (CORDEL) em 20/03/2014
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