Roteiro de uma vida
Roteiro de uma vida
Penso assim desde menino:
se não tem estrada eu faço.
Pra mim não tem embaraço,
nem cipó, nem desatino.
Eu construo o meu destino...
Que venha sol, chuva ou vento.
Dependendo do momento,
vou de cidade em cidade
levando a felicidade,
meu amor e acolhimento.
Quando ao longe, na montanha,
vejo o sol trazendo o dia,
eu encerro a poesia
de minha noite tacanha,
vou buscar outras façanhas.
Deixo a cama e vou em frente,
nadando contra a corrente,
matando mais um leão,
mas o amor no coração,
esse é sempre permanente.
Vou tranquilo e vou sozinho
pra não perturbar ninguém.
Olho o céu e digo amém
ao pisar algum espinho.
Livre como um passarinho
vou seguindo a minha sorte.
A agulha aponta o meu Norte
onde eu sei que cedo ou tarde
eu beberei, na verdade,
o licor da minha morte.
Gilson Faustino Maia