UMA LENDA DO NORDESTE.

Ouça aqui seu moço vou lhe contar uma história muito interessante que aconteceu no sertão lá pras banda do povoado de dona Chica Cajazeira, Arraia de São Vicente.

Cansados de labutar, todo dia na lavora, luta dura incessante dês do sol nascer até o sol poente, cuidava com carinho, dava prazer em ver as plantinhas crescer, viçosas, e verdejantes.

Resolvemos nos descansar, e esquecer, as trabalheiras, no dia de feriado que antecedia o sábado, data consagrada, a ela todos louvavam, dia de santa Luzia, do sertão a padroeira.

Aquela gente festeira, depois do momento da reza se rendia em alegrias, se uniam, se abraçavam, se mostravam companheiro; se ajuntavam se beijam e dançavam a noite inteira.

Neste dia de festa, essa data altaneira, ia até altas horas, parece que nunca acabava, quando dedilhava o fole no momento dessa dança muita paz ali reinava até o dia raiar

Não lembro bem à data, só sei era sexta feira, dia de santa Luzia, a lua estava clara que parecia um dia, ficávamos longas horas, proseando, batendo papo, o tempo passava, não se via.

Jogando conversa fora, lorotas e experiências que á tempo já vivida, falando de tantas coisas, que passou há muitos anos, na memória bem guardada assim mesmo se perdiam...

... Confundia os pensamentos nos tempos que lá se ia, no calor das labaredas às chamas nos aqueciam, as horas passava rápida, relógios marcando o tempo enquanto nos distraiamos.

Uns cantava outros sorria, os gritos das criançadas correndo para lá e para cá, motivo de alegria, bombas, rojões estourando o barulho era tão grande que os ouvidos estremeciam.

As línguas tagarelavam falávamos de coisas banais jogando conversa fora; as fofocas da aldeia não deixava pra trás, os segredo das moços e moças notícias de todos os dias./

Algum de nossos amigos não deixava esfriar o clima, se juntavam com as meninas, de vagazinha saiam, fugiam para o escurinho dava peia a noite toda, o coro comia, até o novo dia./

Xumbregava em resfolego, já não tinha mais segredo, elas se liberava enquanto o ferro entrava, os espetos ferro em brasa, as carnes no fogo assava, o fogo queimava o tição./

Namorava a noite toda, cutucava e se amassava, beijo aqui e beijo ali, chupava até os caroços, elas ficavam loucas, manchas rochas no pescoço, fazia tudo um pouco, estas meninas vadias./

Elas endoideciam repleta de paixão, parecia uma rede elétrica da de fios alta tensão, as mulher os devorava os cabras até se babava, se mordia e contorcia, era grande a tesão./

O prazer era tão grande que quase se explodiam, valha-me Deus e minha santa Luzia, esta mulher era casada, e seus maridos traídos fingiam que não sabia./

Cornos conscientes, todo mundo já sabia, elas procuravam fora o que em casa não tinha, seus maridos é cabra frouxo faltava o que elas queriam costumaram a trair até que ficaram vadias./

Se esbaldava em safadeza seus maridos conformado dizia pra todo lado que estava sendo ajudado, na aquilo que não fazia, os cornos debulhava o milho e os cabras macho a canjica comia./

Enquanto as rezadeira agarravam no rosário, orava a Ave Maria, ajoelhavam na reza, Santa Luzia ouvia, mas lá no meio do mato, deitada, sentada ou de quatro, fumo entrava, e saia../

Antônio Herrero Portilho. 02.11.2014.

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 02/11/2014
Reeditado em 02/11/2014
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