Nun sei, só sei qui foi ancim!
Nun sei, só sei qui foi ancim!
Airam Ribeiro
Para pegá os animá
Seuvagi de nascença
Se deve começa pispiá
A obiservá sua ciênça
No currá eles nun vem não
Logo ancim de prontidão!
Tem qui uzá a isperiênça.
N’ua sumana se joga a ração
E dexa eles se custumá
Lá no lugá onde estão
Dexa eles se aquietá
Intão com esse procedê
Logo eles tão perto de ocê
O negóço é perseverá.
De acordo o andamento
Vai jogano a ração mais pra cá
Nun determinado momento
Eles vão se aproxegá
Quando tive mais perto intão
Ai é qui é a ocasião
De se fazê o monzoá.
Eles já acustumado
Ondé qui come a ração
A dereita faiz um cercado
Que eles nun vai notá não
Intirtido na cumida
Eles qué inxê é a barriga
E vai xegano de montão.
Noutra sumana óia só
Océ faiz o outro cercado
Na esquerda pra cê mió
Cum a ração sempre do lado
Ai os porco seuvagi
Sem notá na verdade
Vai ficano custumado.
Noutra sumana pra frente
O fundo ocê vai fexá
A ração tem de tá presente
Pros porco seuvagi nun notá
Veja bem pra pegá os porco
Tem qui tê pelo meno um pôco
De ração lá no lugá.
Cum o sevêro já feito
Da constança do dia a dia
Eles vão ficá perfeito
Dento da sua armadia
Mais eles nun tão sabeno
Só os de fora ta veno
Os feito das ingrizia.
Agora a cerca é na frente
É cuma se faiz um monzoá
Cum a ração sempre presente
Dexa um buraco preles entrá
Esse buraco de antemão
Será no rumo da ração
Para os porco nun notá.
Ca fome queles tá
Nun nota o buraco no sevêro
Cumeno a ração eles vai ficá
Sastifeito cum os cumpaiêro
Aí ocê se xega de finin
Fecha o buraco divagarin
E é ancim o dismantêlo.
É memo ancim qui acontece
E o qui faiz os pulitiquêro
Tadim, nóis num merece
Vivê ancim nun sevêro
Certas pulítica sociá
Só seuve pra umilhá
Os meus irmãos brasilero.
E nesse circo armado
Que é o nosso Brasil
Nóis paiáço é umilhado
Por certas corjas viu
Recebeno uma ração
Pra fazê a apresentação
Num picadêro sem brio.
Lí nun texto e fiz o cordel.