Frei Dimão derrama bênçãos sobre Kathie

Eu sei que vais vivendo

nestes tempos tão sádicos

de tantos amores querendo

embora somente esporrádicos

Hoje não podes negar

e tampouco ser omissa

para o pecado matar

deves rezar minha missa

O caminho que ora trilhas

é por certo o do bode velho

de Maria já foste filha

volta agora ao Evangelho

Soube que andaste vadia

à busca de profana idéia

e não me surpreenderia

se te condenasse até Franciléia

Minha batina surrada

é a mais viva testemunha

que precisas duma lambada

para deixares de munha

Reza comigo o orate frate

que te livra de toda nojeira

e de tanto disparate

que não cabe a uma boa freira

Domingo é dia de descanso

conforme ditou o Senho

porriço, é que tenho ranço

de tantorar de pastor

Andaste seduzindo anjos

isso é coisa que se faça?

um hora inda viram marmanjos

e te papam até a carcaça

Tua prece pra São Remígio

deve ser bem repetida

pra se evitar o litígio

e que a graça seja dorida

Iremos atrás de um pau

bem comprido e roliço

nisso não vejo nada de mau

pois quero um cajado castiço

Em teu rego de boa fluência

te livrarás dos senões

e me darás anu(s)ência

para as sacras abluções

De minha fonte beberás

e sobre ela não mais discorro

pra combater o sacranás

nada melhor que meu jorro

E quando sonoro pintar

o dia cruel da derrama

terás como regomijar

coberta de toda esporrama

Kathie reflete, e a monja já se mete. E pro-mete:

Vou vivendo de amores\\

E comendo as amoras\\

E assim espanto as dores\\

Que tive outroras\\

Já comunguei na oração\\

Ajoelhei até no milho\\

Mas não fugi a tentação\\

De receber ao Pai e ao próprio Filho\\

No evangelho eu rezo\\

E peço perdão dos pecados\\

Mas depois eu bem prezo\\

Com o teu sacro cajado\\

Andei solta porraí//

A procura de outro evangelho//

Mas desisti quando te senti//

Me enfiando o seu bedelho//

Tua batina eu jogarei no lixo//

Pois está velha e muito poída//

E vive cheia de carrapixo//

Foste pro mato com Aparecida?//

Orrarrei com você, meu padre\\

Como uma boa cristã casta\\

Parraque possas tirar o lacre\\

E para um bom entendedor, basta\\

Vamos descansar na rede\\

E chamo também o pastor Valdomiro\\

Depois mataremos a sede\\

Da vontade sancta num giro\\

Bom seria ser papada//

Assim como o papa Chiquinho//

E seria bem apalpada//

Diante do altar, naquele buraquinho...//

E francamente eu te digo//

Quis evitar essa situação//

Mas sinto que agora desce mijo//

Então ande logo com essa oração//

Iremos pro meio do matagal\\

Caçar como os caçadores\\

E encontraremos um grosso pau\\

E esse será um dos vinga dores\\

Digo silenciosa... é pura flatulência\\

Pois lá no altar eu tive a premonição\\

Foste tu a conseqûencia\\

Desse deslize na comemoração\\

A tua fonte é fresca com um rio\\

Beberrei até sentir o calafrio\\

Perto dessa mansidão em arrepio\\

Até pro cramulhão, lançarei o desafio\\

Quero todo o regomijo\\

Como uma boa freira pura\\

Depois velarei teu báculo rijo\\

Até dar a ré nessa can... dura\\

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 14/12/2014
Reeditado em 14/12/2014
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