Frei Dimão admoesta Guida

Abraçaste o esporritismo

e dançaste co´o deus Baco

te perdeste nesse abismo

desta vida, escroto saco

Pra (ar)reganhares confiança

escuta e executa o que digo

ajuda-me esporramar esper(m)ança

mesclada ao doce de figo

Andas muito interesseira

em expor os pés ao Facuri

e eu te digo de primeira

daquele mal não há quem o cure

Vem cá rezar as matinas

aberto está meu breviário

deixa de dar, nas esquinas

o fruto de teu doce sacrário

Passaste por terras esranhas

em teus ambulantes vagares

oferecendo as tuas entranhas

a preços nada exemplares

Pega o meu engrossado cirio

e o acende com teu fogo

ele te livra do martírio

e de contrair o tal gogo

O meu sino, badala

para chamar os fiéis

diante dele se cala

sorvendo do céu os méis

E se te deitas de borco

melhor assim aproveitas

não vendo o mundo tão porco

enquanto de ré te deleitas

Vem oscular o meu báculo

pois dele jamais se cansa

é ele o sustentáculo

da mais sacral jorrança...

A tua virgindade

a força vamos manter

te cinjo a castidade

pra ninguém a língua meter

Guida, pelo maligno perseguida, rebate em seguida, compungida e bem ungida, louca pra não dar uma fugida:

Por isso não me arrependo#

Foi bem dentro do abismo#

Que sacanás saiu correndo##

E lá dentro Frei Dimão#

(arre)ganhei a confiança#

e te ajudo de montão#

esporramar a esper(m)anca##

Eu não sou interesseira#

mas sofro de facuriti#

se tenho esse jeito brejeira#

é só por isso acredite##

Levanto um pouco tarde#

mas rezo contigo as matinas#

sei que teu fogo arde#

por debaixo da tua batina##

As terras por onde andei#

em meus eternos vagares#

o que eu tinha eu dei,#

de graça em todos os lugares##

Se eu acender com meu fogo#

Vai torrar tudo o que tem#

se eu contrair o tal gogo#

Eu transmito a mais alguém##

Já ouço suas badaladas#

Num re (pica) incessante#

Eu me sinto aben(suada)#

Reúno-me para um gozo melante##

Se de borco me deito#

Não faço com má intenção#

É só porque desse jeito#

É mais fácil tomar a injeção##

Vou oscular o teu báculo#

Como divino bastão#

Depois levo pro cenáculo#

Pra fazer a puri(fo)deção##

A minha virgindade#

Está guardada pode crer#

Mesmo com minha santidade#

Alguém está querendo intro(Meter)##

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 22/12/2014
Reeditado em 22/12/2014
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