Frei Dimão faz preleção a pia Kathie

Pra ti reservo a esperma(s)cete

que espero faas bom uso

enquanto chupas chiclete

eu teu (re)talho lambuzo

Dou-te a unção extrema

que se faz com o óleo santo

e que expulsa o demo e dema

neles metendo o pau-santo

Te levo pra sacristia

para posterior benzeção

lá minha (p)estola sacia

adentrando o cantochão

Foste ovelha desgarrada

mas te juntaste à sacra grei

és agora ovelhinha rasgada

da veste que te despirei

Sei que és puro despojo

e nisso em ti só confio

prepara logo nosso miojo

e do pe(s)cado nenhum pio

Ao brejo, benzer pererecas

é parte do meu evangelho

elas vivem de parcas merrecas

mas em seus talhos me espelho

Os anjos dirão amém

à nossa perene louvação

comporta como convém

e não papes o sacristão

Cajado hoje não haverá

ficaremos em torno do círio

que em lava se derreterá

enquanto gozas teu martírio

De Monay, mão no rosário, chupando a chave do sacrário é o debulhar dum breviário

Te lambuzas no meu ré... talho\

Pelo teu pau tão duro e santo\

Madeira dura, de lei pra ca (r)alho\

Só de pensar que tudo seria só antro\

Antes de ser freira contrita\

Mostrava a linda piriquita\

Mas na tua grei entrei perita\

E agora sou freira bendita...\

Me expulsaste os demos\

Todos eles aos tantos\

E que adentrei no teu lema\

Me deste todo o teu encanto\

Na sacristia com os pés nus\

Deitei-me também de borco\

Querendo sentir o teu jorro\

De bênçãos e todo o esporro\

Ao lombo, espaduas e bicos\

Onde as coxas também se abriram\

Aos lírios de Nosso Senhor\

Aos anjos de vestes longas\

Sobrevoavam-me sem muitas delongas\

Tanto quanto teu duro círio\

Que virou meu martírio\

E me vi assim tão santa\

Montada no teu lindo andor\

Prestavas homenagens aos meus seios\

Quando de Vênus senti o esplendor\

E me derreti aos teus anseios\

E fiz a oração mais consagrada\

E quis ser a ovelha mais amparada\

Até perder o tino dessa jogada\

E me dei conta de todo o desatino\

E rezei perto do Menino\

Pra ser além de freira, a tua fruta\

Que só de espremer desce o cal(i)do\

E seguirei nesse respaldo\

De ser a santa desse santo emproado\

Te lambuzas no meu ré... talho\

Pelo teu pau tão duro e santo\

Madeira dura, de lei pra car(v)alho\

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 23/12/2014
Reeditado em 23/12/2014
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