NA TERRA DO BEM- QUERER CORDELEANDO A VONTADE

I

Certo dia eu tive um sonho,

E no sonho eu viajei

Pra terra do bem querer

E bem depois acordei

Fiquei ali refletindo,

Nesse sonho que sonhei.

II

Pois no lugar que cheguei,

Era muito diferente

Enquanto eu declamava

Poema de Zé Vicente

O povo ali respeitava,

A cultura sua gente.

III

Sai dali tão contente,

Da terra do bem querer

E perguntei a mim mesma

E não soube responder,

Porque será que a cultura,

Para na mão do puder?

IV

Não sei mas quero saber,

Tenho curiosidade

Criei especquitativa

De vir morar na cidade,

Tomando iniciativa,

Cordeliando a vontade.

V

Pensava na quantidade,

que iria escrever

Depois me veio a pergunta

E quem será que vai ler?

Uma voz disse assunta

Assim tu irás saber.

VI

Eu fiquei sem entender,

Depois parei pra pensar,

Um pouco desconfiada,

Queria continuar

Pois o sonho que sonhei,

Sonho não pode parar.

VII

E num segundo a pensar,

Eu lembrei-me do puder

O meu juizo esquentou,

Faltou pouco pra ferver

Minha alegria passou,

Sem saber o que fazer

VIII

Queria muito saber.

Porque aqui no lugar

Tem tanta burocracia

Ninguém sabe explicar

O rei da supremacia,

Só vive a passear.

IX

Ele vive a gastar,

E dinheiro pra valer,

E com quem se preocupar,

Se ele é puder

Manda criar um projeto

Assim começa a moer.

X

Na terra do bem querer,

Respeita-se o cidadão

Todo mundo tem direito

Viver com satisfação

E aquele que for eleito

Fica em observação.

XI

Lá não tem corrupção,

Só alegria, e lazer

A música do Gonzagão

ninguém consegue esquecer

Literatura em cordel,

E o jornal que se ler.

XII

Volto a pensar no puder,

No puder que é capaz

o meu juízo esquentou

Dessa vez um pouco mais

Assim mesmo me avisou

Triste o puder que não faz.

XIII

Perseguir os ideais,

Viver com satisfação

O sonho que satisfaz

E o que vira missão,

Somente o bem querer traz

O amor no coração.

XIV

Meu bem querer aliás,

Ele se faz entender

Diz não a burocracia

Aos entraves do puder

Simplesmente o que sonha,

E quem faz acontecer.

XV

A nossa literatura,

Ela tem o seu puder

Já faz parte da cultura

E simples para entender

Toda e qualquer criatura,

Vai gostar de aprender.

XVI

Eu levanto essa bandeira,

Um sonho de formação

O sonho do bem querer,

Sonha todo cidadão

Com o cordel vou fazer,

A mais bonita canção.

XVII

Na terra do bem querer,

Se o projeto for aprovado

Não tem a burocracia,

Pra deixa-lo engavetado

O proponente avança,

Pois não espera sentado.

XVIII

Depois de ser aprovado,

Não precisa esperar

Nem por uma pedra em cima,

Para o seu sonho enterrar

Na terra do bem querer,

Cordel tem voz pra falar.

XIX

Despertou não vai calar,

O cordel tem força e voz

Em nome dos cordelistas,

Ele vai falar por nós

Nossos sonhos e conquistas,

Vão brilhar sem usar glóss.

XX

Eu usei a minha voz,

Para cantar o cordel

Sou cordelista que sonha,

Cumpro assim meu papel

Provai para me dizer

Cordel tem sabor de mel.

XXI

Com um lápis e papel,

Na mão de um cordelista

Quando começa escrever,

Fala de sonho e conquista,

Se você quiser saber,

Sonha até perder de vista.

XXII

Mas não esquece a lista,

Do que quer reivindicar

O que tem prioridade

Não esquece de cobrar

Um aviso ao puder,

Não perde por esperar.

XXIII

Meu sonho eu quero ver,

Cordel na grade escolar

Cordelista capacitado,

Pronto para ensinar

Professor bem informado,

Isso vai facilitar.

XXIV

E sem deixar de sonhar,

Na terra do bem querer

Cria-se outro projeto

Bem fácil de entender,

Por lei ou por decreto,

O cordel ensina a ler.

Tonha Mota