Frei Dimão retorna, humílimo (100)

Minha pregação é debalde

pra tantas almas salvar

o Pai me adverte da fraude

que o Recanto pode levar

Já fiz tanto sacrifício

e sangue cheguei a obrar

contudo p'lo sacro orifício

nada nada veio a coalhar

A hora é de esforços unir

em busca da salvação

e pro pecado redimir

se acabar co'a perdição

Essa linguagem vulgar

que usam cá no Recanto

um bom fim tem que levar

digo-lhes como Frade santo

Na barraca do Queiroga

escândalo tá o chuchu

parece preço de droga

é o que lhes diz este guru

No banquete do Wramos

peca-se sempre por gula

porém Wramos e Wrenhamos

ninguém mais é de ler bula

Mandei fazer uma batina

na distante Três Lagoas

contudo aquela menina

morde mais que muitas leoas

Lá na cidade do Divino

para um café dei u'a passada

levei meu Jesus menino

mas Nanda ficou foi corada

Querendo uma casa de pasto

procurei a tal Kathmandu

e de lá saí foi de fasto

após comer tudo cru

No tal Harém do Facuri

eu inda roguei toda praga

e lá quem que se aventure

faz em Cristo mais u'a chaga

No lunático ateliê

onde reina a pagã poesia

rasguei tanto négligée

pois aquilo é puetaria

Elevo meu sacro cajado

para quebrar todo mal

e ele já anda tão inchado

que seu jorro será fatal...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 11/01/2016
Reeditado em 11/01/2016
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