Rios Que Voam.

Rios Que Voam.

E assim à mercê dos ventos

Vagueiam de sul a norte,

Plumas brancas voam soltas

Escuras, pesadas, fortes,

Rebuscam suas figuras

Trazem vidas, trazem morte.

Em tons de branco ou de cinza

A depender do momento,

Chocam-se umas com as outras

Nas asas do próprio vento,

Pra uns trazem alegria

Para outros, sofrimento.

E nós de cá não sabemos

O peso que nelas tem;

Milhões e milhões de litros

Da água que delas vem,

Molha a terra ressecada

Enchendo os rios também.

Caindo em forma de gotas

Se espalhando na terra,

Forma enxurrada enche rios

Desce as encostas da serra,

Deixa os homens de joelho

Querendo provar quem erra.

E quando Deus quer mostrar

Que tudo aqui tem seu zelo,

Ele se senta nas nuvens

E transforma água em gelo,

Que caem em forma de pedras

Forçando o homem a temê-lo.

Traz morte em forma de raios

Barulho ensurdecedor,

Tormenta com ventos fortes

Espalha medo, terror,

De repente tudo cessa

A tempestade passou.

As comportas se fecharam

Mas deixou destruição,

É a natureza ferida

Empurrando o paredão,

Gritando em desespero

Reclamando com razão.

Corpos boiam na enxurrada

Ninguém entra ninguém sai,

Pedras rolam das encostas

Sem medir por onde vai,

E o intruso sem razão

De joelhos agora cai.

Deus então abre as cortinas

E mostra o céu azulado,

E estes rios que voam

Batem asas pra outro lado,

E por onde esses rios passam

O homem fica prostrado.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 14/02/2016
Código do texto: T5543357
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