Sair de cena às vezes é preciso

Sofri triste e calado

no silêncio do meu ser

os problemas que vivi

desacatos sem dever

abandonei o meu ofício

da escrita sem querer

lindos textos que guardei

na esperança de reaver.

Meus conceitos enquanto homem

errante e louco, vida minha

não pensei nenhum momento

que já era o fim da linha

fui guardando cada lágrima

juntando às outras que eu já tinha

e fiz delas meu crescer

das minhas prosas, amarelinha.

Deus me olhando lá alto

me cutucava todo dia

faz silêncio, filho meu

tu és meu, és minha cria

as coisas que tu sentes

vão lhe dar uma alforria

faz silêncio, amado meu

barulho não te acaricia.

Se me julgam sonhador

meu mundo todo esmorece

aborreço meia dúzia

que em nada me esclarece

das tristezas que passei

não me deram uma prece

que estancasse o sofrimento

da alegria que carece.

Meu silêncio teve um nome

um motivo a conhecer

que entre todos os milhões

a um apenas obedecer

não buscando no vazio

nas banalidades padecer

se escrevo, por que gosto,

e isto nada tem a ver.

Não quero ser condecorado

nenhum troféu quero erguer

quero apenas ser quem sou

um bom aluno do saber

se sei muito, nada sei,

se nada sei, quero aprender,

que o que manda nesta vida

é o meu íntimo obedecer.

A voz que cala se faz ouvir

nas entrelinhas da tristeza

não será pelo barulho

que exporei minha frieza

dos problemas que passei

me senti sem a presteza

de meus versos explanar

causando apenas estranheza.

Amanhã posso de novo

ao meu silêncio obedecer

não careço da aprovação

de quem não sabe meu viver

quero apenas meus preceitos

explicados ao meu ser

organizando meus restinhos

só vivendo pra saber.

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 31/05/2016
Reeditado em 05/10/2016
Código do texto: T5652675
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