Índios, adeus?

Tendo em vista os problemas de terras no Brasil, referindo-se ao relacionamento índio X branco, resolvi escrever este texto. Será que teremos que dar um "adeus" aos nossos povos primitivos? Ou vamos olhar para o índio como "outro" que nós invadimos o seu espaço e que temos que dar a nossa mão para que dias melhores venham para eles. Não que eu pretenda meramente defender a causa índia sem se preocupar com aqueles que produzem em nosso país. Nosso governo precisa encontrar um ponto de equilíbrio, do contrário muitos pagarão muito caro.

A infâmia continua

E parece não ter fim;

A imagem fica nua

Igual a filme ruim.

Nós somos os racionais,

Mas pior que animais

Ao agirmos mal assim.

Desde que Cabral chegou

É a deterioração,

Impusemos a cultura

De uma europeização.

Pensamos ser maiorais

Mas pior que animais

Agimos sem coração.

Hoje a dor é de uma guerra

Entre os nossos primitivos.

Perguntam pra quê a terra

Para grupos de inativos?

São os brancos com seus “ais”.

Mas pior que animais

Com seus corações altivos.

São tantos povos irmãos

Que sofrem com a ganância,

O adulto, o adolescente,

O ancião e a infância,

Mulher, homem, tanto faz

São eles os nossos iguais,

Que sofrem com a inoperância.

Guaranis e kaiowás

Aicanãs e Ajurus,

Araras e Apiacás,

E os nossos Mundurucus,

Anambés e Aranãs

E os Aticuns-umãs

Fulniôs e os Matipus.

Ainda temos os Cambas,

Acuntus e Amanaiés,

Amondauas e os Campas

Aparaís e Anambés,

Os Araras-do-pará,

Os canoeiros Avás

Os Barás e os Barés.

Em meio a nossa floresta

Vibra o arco apiacá;

Ainda fazem a festa

No Norte, os Carajás,

A aljava dos Desanos

Faz tremer qualquer humano

À moda Apiacá.

Ouve o ronco do jaguar,

Não é ele, é o Canindé,

Parakanãs no Pará

Todos lutam já sem fé.

Sentem no braço a impotência

E sofre sem a ciência

Na caatinga o Caité.

Choram os nossos Quirirís,

Vendo os rios assoreados,

As mulheres Macuxís

Não veem peixes assados,

As meninas Guajajaras

E os meninos Nambiquaras

Sem futuro, é só passado.

Gostaria de aqui

Citar todas etnias,

Esse é um grito que emiti

Sentindo grande agonia,

De ver esta dor de perto,

Sem saber qual é o certo,

Pra os que vivem nessa via.

Nós somos, sim, diferentes,

Ao mesmo tempo iguais,

Pois somos então “parentes”

Não somos menos nem mais.

Chega de tanto egoísmo,

É a vez do altruísmo.

Vamos dar as mãos em paz.

A ltivez é coisa à toa,

L amento nosso orgulho,

D oar-se é coisa boa,

A limente essa ação.

Í ndio, o branco e o negro

R iremos com emoção.

L utar faz parte da vida,

U nir-se em fraternidade

C ada um vence a ferida

A limentando a vida

S onhando com a liberdade.

Aldair Lucas
Enviado por Aldair Lucas em 15/06/2016
Reeditado em 15/06/2016
Código do texto: T5668089
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