O versejador
Um primo meu, repentista
Desses bom recitador
Da memória expandida
Maior que computador
Me falou um dia desses
Que na arte evolui
E já sou versejador
Me senti lisonjeado
Orgulhoso e empolgado
Pra fazer versos com rima
Poema desmetrificado
Sem forma, pé nem cabeça
Nem selo de qualidade
Mas com humor afinado
Esses versos e essas rimas
Entraram para o meu mundo
Neles reflito de tudo
Do banal ao mais profundo
Sem receio de mostrar
Os meus sentimentos bons
E até os mais imundos
Virou estratégia de vida
Pra liberar bom humor
Pra homenagear os bons
E pra expressar o amor
E as vezes, até quem sabe
Fazer a crítica ferina
E aliviar alguma dor
Vou sorrindo com os versos
Que me trazem alegria
São agora companheiros
No dia ou na noite fria
Nos bons momentos e ruins
Na hora triste e vazia
No início da paixão
Até na hora da agonia
Eles vem como um estalo
E se encaixam no contexto
Sempre cabe mais um verso
E pra isso haja queixo
Pra o amor jurado eterno
Pra conquista bem safada
Sobram versos, haja pretexto
Versejador com orgulho
Assim como os repentistas
Do nosso Nordeste rico
No sul chamados nortistas
Nada da alcunha poeta
Pois isso não me completa
Esse nome é pros artistas.