A solidão
Hoje ela veio foi forte
E me bateu foi de cheio
Se não fosse sertanejo
Tinha partido ao meio
Sem caridade ou pena
Tremi e quase "bombeio"
A peste é dura e fria
Saia do meio, eu lhe digo
E não respeita ninguém
Nem "mãe-de-calor-de-figo"
Nem raça, etnia ou cor
A satanás é um perigo
Se apontar pra mim
Me dá até calafrio
Corro léguas de medo
Por que o bicho é sombrio
Prefiro noites ao relento
Dos queixos bater de frio
Segundo Alceu Valença
Ela é uma fera, devora
Faz o relógio andar lento
Pois é amiga da hora
Prima-irmã do tal tempo
Por isso tanto apavora
Não pergunte o seu nome
Pois dela tenho pavor
Gosto da boa amizade
Que acaba esse temor
Desse cão da solidão
Que sem dó, só traz dor.
28/06/2016