Papo de aeroporto

O que pode acontecer de mais inusitado em um aeroporto?

Se bem que, hoje em dia nada mais é inusitado em um aeroporto...

Mas imaginem vocês que o violeiro, consegui arranjar um lugar vago para esperar seu vôo. Após sentar e acomodar a viola, percebeu que o seu vizinho também tinha um instrumento semelhante entre seus pertences. Daí pra começar um bate-papo foi um pulo.

E, é claro, vocês sabem como dois violeiros conversam, não sabem?

Eu sei todo mundo sonha

Passar uma temporada

Em Fernando de Noronha

Mas pra mim não deu em Nada

Uma tal conexão

Me largou cá em Congonhas

Veja que situação

Uma falta de vergonha

Uma falta de vergonha

Ninguém dá nenhuma dica

E com cara de pamonha

Nos mandaram pra Cumbica

Mas não vejo resultado

Empresas que já tão ricas

Só têm vôos atrasados

No final como é que fica

No final como é que fica

Junto já os meus bagulhos

Só escuto é futrica

Eu não quero ir pra Guarulhos

Eu estou muito cansado

Tenho cá o meu orgulho

O povão ta enfezado

Vai fazer muito barulho

Vai fazer muito barulho

Já ta tendo confusão

Se não desço em Dois de Julho

Descerei no Galeão?

Se a pista ta pequena

E não cabe o avião

Arremete pra Vilhena

Tenta outra solução

Tenta outra solução

Já pensei em Afonso Pena

Se tivesse condição

Eu descia em Barbacena

Mas não tem grooving na pista

E eu nem sei se tem antena

Só pousando em Boa Vista

Imaginem então a cena

Imaginem então a cena

Eu juntando minhas milhas

Já pensava em ver Athenas

E a terra da Bastilha

Do Eduardo Magalhães

Fui pra terras farroupilhas

Fiz escala em Val de Cans

Por problemas em Brasília

Por problemas em Brasília

Não escapa mais ninguém

Paga até pai de família

Paga o rico e o que não tem

Minha Santa Genoveva

Essa solução não vem

No final quem é que leva?

É melhor tentar um trem

É melhor tentar um trem

Macapá ao Tom Jobim

Só em horas, beira cem

Mas descia por Confins,

Santa Rosa do Purus,

Camocim, Pinto Martins,

Tabatinga, Hercílio Luz

Eu nem sei por onde eu vim

Eu nem sei por onde eu vim

Mas estou até com fome

Na peleja ponho um fim

Chega já de tanto nome

Aqui não tem ganhador

E te acho um bom homem

Vou me embora, cantador

Mas vê lá se tu não some

Mas vê lá se tu não some

Também te achei gente fina

Mas cantador também come

Se lhe favorece a sina

E antes da despedida

Te aguardo naquela esquina

Eu pago uma bebida...

Mas Viracopos e em Campinas

Sérgio Serra
Enviado por Sérgio Serra em 27/07/2007
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