Zezinho conta o Reisado
Pio IX, no sertão do Piauí
É a minha terra natal
Lá eu vi desde pequeno
Um mundo rico e plural
Onde poucos usam os olhos
Pra riqueza cultural
Do folclore ao ambiente
Merece nossa atenção
Conservar e plantar bosques
São nossas obrigações
Abrigar nossos tatus
E restaurar tradições
O reisado é uma dança
Que precisa renascer
Da cultura popular
Rica de muito saber
É uma base necessária
Para o povo florescer
A dança veio de longe
Do velho mundo, da Europa
Saiam os cantadores
Batendo de porta em porta
Anunciando a chegada
Do Cristo, a boa nova
Cultuam os três Reis Magos
Do evangelho de Mateus
Que foram adorar o Cristo
O Novo rei dos Judeus
Com ouro, incenso e mirra
Para o tal Filho de Deus
No meus tempos de menino
Na Fazenda Tapaginha
Vi um Reisado bonito
Com Boi, Caipora e Burrinha
E o saber dos Caretas
Vencer troça e zombaria
Era o Grupo do Zé Barba
O mais famoso de lá
Depois que ele morreu
Romão passou enfrentá
Levou a todos os cantos
Até o vizinho Ceará
Lá pelos idos de 30
Um Reisado especial
Que passo agora a narrar
Numa visão bem geral
Elói recebeu o auto
De uma forma cordial
Canto, danças com ritmo
E um boi original
Burra de saia rendada
Na forma tradicional
E o Caipora de Índio
Tudo dentro do normal
A cabroeira de casa
Inventou uma brincadeira
Manter a porta fechada
Pra no grupo dá canseira
Só não previam a esperteza
De uma certa cantadeira
Foi Raimunda Cotó
Que em trova improvisou
Pela filha Saboinha
Na sua rima ela citou
E o coração do patriarca
Na hora logo abrandou
Porta se abriu para a festa
Com fartura e animação
Tristeza só no lamento
Dos caretas na canção
Na hora do boi morrer
Pelo matador ladrão.
Cá do céu, espero ainda ver
A tradição se restaurar
Nossas danças e cantorias
Para a cultura elevar
Que essa é a maior riqueza
De todo e qualquer lugar.
06.06.2016
Homenagem ao centenário de Zezinho Bezerra, escritor pionense afccionado pelo folclore e tradições regionais.
Foto: Zezinho Bezerra (fonte:Â http://rosadacaatinga.blogspot.com.br/2011/04/recorte-de-um-retrato.html?m=1).
Pio IX, no sertão do Piauí
É a minha terra natal
Lá eu vi desde pequeno
Um mundo rico e plural
Onde poucos usam os olhos
Pra riqueza cultural
Do folclore ao ambiente
Merece nossa atenção
Conservar e plantar bosques
São nossas obrigações
Abrigar nossos tatus
E restaurar tradições
O reisado é uma dança
Que precisa renascer
Da cultura popular
Rica de muito saber
É uma base necessária
Para o povo florescer
A dança veio de longe
Do velho mundo, da Europa
Saiam os cantadores
Batendo de porta em porta
Anunciando a chegada
Do Cristo, a boa nova
Cultuam os três Reis Magos
Do evangelho de Mateus
Que foram adorar o Cristo
O Novo rei dos Judeus
Com ouro, incenso e mirra
Para o tal Filho de Deus
No meus tempos de menino
Na Fazenda Tapaginha
Vi um Reisado bonito
Com Boi, Caipora e Burrinha
E o saber dos Caretas
Vencer troça e zombaria
Era o Grupo do Zé Barba
O mais famoso de lá
Depois que ele morreu
Romão passou enfrentá
Levou a todos os cantos
Até o vizinho Ceará
Lá pelos idos de 30
Um Reisado especial
Que passo agora a narrar
Numa visão bem geral
Elói recebeu o auto
De uma forma cordial
Canto, danças com ritmo
E um boi original
Burra de saia rendada
Na forma tradicional
E o Caipora de Índio
Tudo dentro do normal
A cabroeira de casa
Inventou uma brincadeira
Manter a porta fechada
Pra no grupo dá canseira
Só não previam a esperteza
De uma certa cantadeira
Foi Raimunda Cotó
Que em trova improvisou
Pela filha Saboinha
Na sua rima ela citou
E o coração do patriarca
Na hora logo abrandou
Porta se abriu para a festa
Com fartura e animação
Tristeza só no lamento
Dos caretas na canção
Na hora do boi morrer
Pelo matador ladrão.
Cá do céu, espero ainda ver
A tradição se restaurar
Nossas danças e cantorias
Para a cultura elevar
Que essa é a maior riqueza
De todo e qualquer lugar.
06.06.2016
Homenagem ao centenário de Zezinho Bezerra, escritor pionense afccionado pelo folclore e tradições regionais.
Foto: Zezinho Bezerra (fonte:Â http://rosadacaatinga.blogspot.com.br/2011/04/recorte-de-um-retrato.html?m=1).