NOSTÁLGICO SERTÃO
NOSTÁLGICO SERTÃO
Nas veredas das quebradas
De um sertão mandingueiro
Onde o boi bravo se esconde
Dando trabalho ao vaqueiro
Das caboclinhas faceiras
Dos coronéis e coiteiros
Das volantes que perseguiam
Os cangaceiros valentes
Dos forrós de pé de bode
Dos poetas do repente
Do caçoa, da cangalha
Da seca e do sol quente
Do Caroá da favela
Do facheiro e catingueira
Do vaqueiro aboiador
Do gibão e da perneira
Da cerca toda de vara
Da boa vaca leiteira
Da casa velha de taipa
Do chão batido no malho
Do velho fogão de lenha
Das veredas e do orvalho
Da farinha, do engenho
Do mel, do queijo de coalho.
Hoje, esse sertão não existe
Chegou a modernidade
Não é que seja ruim
Ter o que tem na cidade
Mais com esse modernismo
Perdeu um pouco o bucolismo
Parte da simplicidade.
Mais mesmo assim o sertão
Continua encantador
De um povo forte e guerreiro
Persistente e lutador
Povo que não tem covardia
De contagiante alegria
De honra, e muito valor.
Cicero Aguiar Ferreira 2016