NOSTÁLGICO SERTÃO

NOSTÁLGICO SERTÃO

Nas veredas das quebradas

De um sertão mandingueiro

Onde o boi bravo se esconde

Dando trabalho ao vaqueiro

Das caboclinhas faceiras

Dos coronéis e coiteiros

Das volantes que perseguiam

Os cangaceiros valentes

Dos forrós de pé de bode

Dos poetas do repente

Do caçoa, da cangalha

Da seca e do sol quente

Do Caroá da favela

Do facheiro e catingueira

Do vaqueiro aboiador

Do gibão e da perneira

Da cerca toda de vara

Da boa vaca leiteira

Da casa velha de taipa

Do chão batido no malho

Do velho fogão de lenha

Das veredas e do orvalho

Da farinha, do engenho

Do mel, do queijo de coalho.

Hoje, esse sertão não existe

Chegou a modernidade

Não é que seja ruim

Ter o que tem na cidade

Mais com esse modernismo

Perdeu um pouco o bucolismo

Parte da simplicidade.

Mais mesmo assim o sertão

Continua encantador

De um povo forte e guerreiro

Persistente e lutador

Povo que não tem covardia

De contagiante alegria

De honra, e muito valor.

Cicero Aguiar Ferreira 2016

Cicero Aguiar Ferreira
Enviado por Cicero Aguiar Ferreira em 08/08/2017
Reeditado em 08/08/2017
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