17 - A ESTRADA DA VIDA 1966/7 pulsar

O pulsar de um coração

Coimbra 1401170818

01 O ano sessenta e seis

Ficou com marca patente

Pois foi ele o sexto tempo

De fatores surpreendentes

Em que fechei as cortinas

Parei de olhar pra cima

Aviões e transientes

02 Agora em meus horizontes

Eu não via formações

Nem das nuvens benfazejas

Muito menos de aviões

Na força da nova lida

Eu só via na investida

Amplidão de opções

03 Ao me desengajar da FAB

Me senti em liberdade

No início me tornei

Peregrino de verdade

Pois ao invés de voar

Passei só a caminhar

Era uma antiga vontade

04 Se dos sonhos de outrora

Eu levava algum legado

Agora em meu coração

Eles eram transformados

Numa espécie de poder

Por Deus a me conceder

Pra ir ao céu estrelado

05 Das bebidas que eu bebia

E cigarros que eu fumava

Deixei incondicionalmente

Sob a força da Palavra

Eram vícios dominantes

Que pra ver os horizontes

Minha visão embaçava

06 Na nova modalidade

Da vida que adotei

Voltei para minha terra

Onde meus pais eu deixei

E toda a minha ciência

Dos anos da minha ausência

De lembrar, me recusei

07 Meu velho naqueles dias

Se tornara em garimpeiro

Levando vida de pobre

Como outros em seu carreiro

Em seis anos pouco ajudei

Mas digo que lá cheguei

Levando um bom dinheiro

08 Porém pouco durou

Aquelas economias

Fui com meu pai garimpar

Mas nossa sorte fugia

Muito pouco faturamos

Com diamante que achamos

E nosso aperto rugia

09 As vezes eu passava dias

Visitando alguma estância

Pra anunciar Jesus Cristo

Dentro de certa constância

Era mesmo um peregrino

Dotado de algum destino

Um fator da circunstância

10 Quem na década de sessenta

Pôde bem me conhecer

Nos meus primeiros seis anos

Portando volúvel ser

Estranhavam minha vida

Naquela dura investida

Tentando sobreviver!

11 Mas era a via da sorte

Por Deus imposta à min-alma

Nas orações que eu fazia

Muitas pessoas curava

Era o dom da conversão

No pulsar do coração

E poder que Deus me dava!

12 De todos meus pensamentos

Um era sempre constante

De que, Deus, o Rei Eterno

Conhecia os horizontes

Do passado e do futuro

Do Universo claro e escuro

Princípio e fim dominantes

13 Vou concluindo mais um

Cordel das minhas jornadas

Onde voei sobre a terra

E andei pelas estradas

Passando de sessenta e seis

Por milagre Deus me fez

Ter a vida continuada