Chico e Dinda: 50 anos construindo a felicidade
No sertão do Cariri
Nasceu verdadeiro amor
Chico, cravo de Vicência
Se encantou com Mirtes flor
Do jardim de Seu Batista
A mimosa com esplendor
Canudinho, olho no olho
Assim como um beija-flor
Visitava sempre a bela
Muito galanteador
Ela voltou para Aurora
Ele foi atrás do amor
Do namoro ao casamento
O negócio não tardou
No início uma vida simples
Mas não faltava o amor
Cresceram com o trabalho
E espírito empreendedor
As joias deram o impulso
Para a próspera família
Mas a joia principal
Chico nunca escondia
Que era a sua flor Dinda
Com beleza e simpatia
Logo o primeiro varão
Da família apareceu
Francisco, tal como o pai
Que de orgulho lhe encheu
Não tardou chegar mais um
Logo, logo veio Tadeu
O trabalho era a base
Pra manter a família unida
Mas não faltavam as festas
Com diversão garantida
E no Sítio das Pedrinhas
O forró se repetia
Ainda faltava um elemento
Pra completar a família
Uma menina era o sonho
Que ao Senhor Mirtes pedia
E treze anos depois
Élissa, Deus lhes concedia
Outro sonho de Francisco
Sertanejo batalhador
Era entrar para indústria
Como grande produtor
E no ramo da borracha
No Piauí aportou
De Juazeiro pra Teresina
A mudança não foi fácil
As raízes sertanejas
Para arrancar machucavam
Mas o sonho de crescer
Era o que lhes motivavam
Se a prosperidade veio
Dificuldade não faltou
As mudanças econômicas
A Inbopil afetou
Mas o principal alicerce
Da família não abalou
Quebra-cabeças da vida
Às vezes é bom não montar
Para construir solidez
Exige-se mais que amar
E o ensinamento cristão
Sempre foi de perdoar
Do filho Júnior, o Borracha
Vieram as gêmeas Ana e Bela
Cada qual a mais bonita
Não precisa de querela
Jeová Neto e o Iago
Completaram a parentela
Uma nora especial
Tadeu deu-lhes de presente
Uma amizade nora e sogra
Muito, muito diferente
Das histórias de humor
A relação bem descente
De Tadeu veio o Lucas,
Para aumentar o xodó
E Tereza na sequencia
Maria como a avó
E mais um chico, o Chiquinho
Que não se engancha com nó
Da Nêga mimo da casa
Vieram mais dois rebentos
A Clara, outra homenagem
Para Mirtes, fiquem atentos
E completando a prole
Josué, forte e marrento
Na árvore dessa família
Não cabe texto completo
Sempre haverá espaço
No coração bem aberto
Ninguém sabe se o próximo
Será bisneta ou bisneto.
PG Alencar (24/02/2018)