O mês de junho é joanino

Está chegando o fim

Da colheita, da devoção

Do mês das bandeirinhas

Do tradicional acorda João

Do tempo das simpatias

Da capital ao sertão

O mês de junho é joanino

Com quadrilha, pamonha e milho

Fogueira, chuva e balão

Mingau, canjica e brilho

Xote, xaxado e baião

Arraiá, arrasta-pé e novilho

Também é do Antônio

O santo casamenteiro

Do passeio de carroça

Pelo meio do terreiro

De subir no pau de sebo

Ou no pau do galinheiro

É o mês do cumpadre

Espiá lá para o terreiro

Vê espalhado o verde

Brotado o mês inteiro

Assando milho toda hora

Naquele imenso braseiro

Sem esquecer do Pedro

O nosso chaveiro do céu

O santo das simpatias

Com chave, reza e mel

Abrindo, adoçando os caminhos

Do romeiro e do coronel

O mês junino é bom

Para homem, mulher e menino

Velho, moça e cangaceiro

Tirar a sorte do dia

Apostando na pescaria

Ou na barraca do beijo

O mês junino é bom

Pra velho e cangaceiro

Moço, homem e menino

Lá na barraca do beijo

Arriscando a sorte do dia

“Quem vou beijar primeiro”

Tem a hora mais esperada

De escolher a dona da festa

A rainha do milho amada

E sua beleza manifesta

Com coroa, faixa e simpatia

O bem que na vida resta

Tem a roupa estampada

De xadrez, chitão e fita

De damas e cavalheiros

Na dança da quadrilha

No maior arrasta-pé

De improviso dessa vida

É o mês do matuto

Home d'alma brejeirada

Usufruir do bom fruto

Do trabalho da enxada

Aquele que plantou na seca

Para colher na invernada

Está chegando a hora

Da nossa despedida

De dizer da alegria

Dessa nossa jornada

Vamos partir neste dia

Pra voltar noutra alvorada

Adeus que já é chegada

A hora da partida

A fogueira já queimou

A missão já é cumprida

Fique com Deus nosso senhor

Presente em sua vida