Deixem-me Só e Aqui

No silêncio dos meus passos

Pés poentos e cansados

Caminhando no compasso

Do meu sentir tão marcado

Colho frutos no caminho

Ao canto dos passarinho

Nesse meu solo sagrado

Vou tentando me esquivar

Das flexadas do destino

Por trilhas a contemplar

Árvores e passarinhos

Trago comigo as lições

As marcas e arranhões

Que sofri pelo caminho

O destino me negou

Aquilo que eu mais queria

O meu sonho desfolhou

Mas não perdi a alegria

Foi sofrido o meu viver

Foi devastado o meu ser

Porém vivo em harmonia

Contudo caminho silente

Entre as belezas florestais

Pelas fontes e nascentes

E por entre os matagais

Entre as águas cristalinas

Embrenhada nas campinas

Por verdes campos florais

Trago em meu ser a quietude

De experiências vividas

Em minhas fontes as virtudes

Da minha essência ungida

Sou parte da natureza

Dessa infinita beleza

Fonte natural de vida

Deixem-me só por aqui

Envolta com meu pensar

A mata a me possuir

O riacho a me banhar

Deixem-me sentir o vento

Dando-me o seu acalento

Quero aqui me eternizar

Kainha Brito

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