UM SÓ COMANDANTE 1966

O pulsar de um coração

Coimbra 1201172113

01 Das lembranças da caserna

Dos anos de aéreos sonhos

Não guardei muita saudade

Pelo proceder bisonho

Mas cheguei a ser sargento

Em razão do treinamento

Ser de um jedi de antanho

02 Fazendo agora o voo

Sobre as nuvens da lembrança

Na aerovia da alma

Numa rota de esperança

Na nova realidade

O sonho da eternidade

Era minha jactância!

03 Comandei meus raciocínios

Numa nova direção

Do alto, vendo o mundo

E a sua viração

Meu pensar de aviador

Passou ser de pregador

Anunciando a salvação

04 Das ações de um cadete

Varonil e confiante

Mudei o meu pensamento

Para um novo horizonte

Onde as glórias terrenas

Eram apenas antenas

Sem forças irradiantes

05 Ao invés de receber

Da torre-alguma instrução

Passei a irradiar

A Cristo minha oração

Assim as anomalias

Que a atmosfera emitia

Eram todas de benção

06 Além dessa regalia

Do bem de Deus receber

A um só superior

Eu passei a obedecer

Fator que na aviação

Ampla subordinação

Me fazia entristecer

07 Agora os instrumentos

Para o vôo eu comandar

Eram feitos de humildade

Controlados pelo orar

Cada oração que eu fazia

Era um painel que acendia

Para a ação me indicar

08 Fazendo as correções

Pelas leituras presentes

O meu caça supersonico

Avança sem motor quente

Impelido pela fé

Sobre o aceano em maré

Sempre alta pela frente

09 Das glórias de um piloto

Cuja meta é a paz

Pela equação Torricelli

Nem aceleração se faz

Pois a própria energia

Que acelera a cinergia

O pensamento é quem faz

09 Para exercer a humildade

Obedecendo comando

Quando eles são dos homens

Sempre tem algum desmando

Contudo sob o falar

Do superior ao mandar

A obediência é um mando

10 Para servir o governo

Dentro da obrigação

Eu até me interessei

Porém na aviação

Contudo-ao me converter

Não senti de permanecer

Pelo pulsar do coração

11 Esse ato do meu corpo

Sempre foi mui variado

Não só nos picos aéreos

Mas também nos rebaixados

E pra manter o compasso

Já não tinha mais espaço

Por, a Deus, ter me entregado

12 Foi-se a vida militar

Mas nem saudade restou

Já que Deus por Seu mistério

Em meu coração entrou

Emoções de medo e amor

Por susto, gozo ou pavor

A Paz de Deus, apagou

13 Nesse tomo da escrita

“O pulsar de um coração”

Descrevi a nova rota

Do meu ser sem avião

Entretanto eu não sabia

Que mais tarde ainda iria

Ter dos vôos, a tentação!