Eu, Você e a Poesia
Pra quem ler este cordel
Deixo minha gratidão
A história duma princesa
E dum poeta sua paixão
Amores desde a infância
E igual não tem outro não.
Quando a Lua foi pisada
Naqueles anos sessenta
Um poeta bem menino
E menino tudo inventa
Só não inventou o amor
Para viver aos cinquenta.
Alva como a neve alva
A princesa aparece
A caminho do colégio
Do banco ele agradece
Ter olhos pra enxergar
Aquela divina prece.
Mas o tempo foi passando
E o poeta nada fazia
Para seu amor declarar
Àquela que mais queria
Até que chegou a hora
Da qual ele mais temia.
Viu seu amor ir do lugar
Nos braços de outro alguém
Para terras muito distantes
Do seu saber muito além
Só restava se conformar
Seguir viagem também.
Foram anos sem notícias
De quem chamava princesa
Uma vida que construiu
Foi com bastante dureza
Naquela cidade grande
Também pela redondeza.
Passam dias, meses e anos
Décadas também passaram
E o poeta viveu sua vida
Nos anos que se passaram
Plantou e colheu as sementes
E foram três que vingaram.
Agora deixo o poeta
A viver a sua vida
Vejamos sua princesa
Bem longe na sua lida
Terra distante, mas só
Triste, lutando, sofrida.
Duas sementes no mundo
do corpo ela assim gerou
mas triste era sua sina
e sozinha assim criou
com dignidade e ética
viveu, estudou, formou.
Mas sonhava encontrar
O amor que toda princesa
Sonha pela vida afora
N’algum lugar, com certeza
Seu príncipe estaria
À espera, com realeza
O poeta a procurava
Ela ao poeta também
Os dois iam a caminho
do que queriam por bem
e não batia na busca
era ele poeta, porém
E no acaso do destino
juntaram-se em um dia
de festa e comemoração
dia de muita alegria
O bom poeta e a princesa
E eis: Eu, Você: Poesia!