CORDEL DA PANDEMIA

Quem foi inventar

Essa tal de Pandemia

Não posso mais passear

Fazer a fé na Loteria

Tomar minha cerveja

Sem que alguém me veja

Chegue perto e cheio de dedo

Diga pra eu tomar cuidado

Pergunte se não tenho medo

De ser pelo vírus infectado

Estou meio cansado

De me mandarem pra dentro

Mas fico mesmo arisco

Se falam preu tomar cuidado

Pertenço ao grupo de risco

Que estamos no epicentro

Se eu lavo as mãos direito

Digo que lavo do meu jeito

E se me falam em gel

Mando-a para o Beleléu

A situação está ruim,

Sempre dá pra piorar

Alguém aponta para mim

Alerta que há um vírus no ar

Repete timtim por timtim

Que pra idoso é um perigo

Tento me acalmar

Mas não consigo

E daí que sou idoso

As “muié” me acham gostoso

Subi nas tamancas

Quem pôs cadeado no portão?

Disparei uns palavrão

Olhem aqui suas mula manca

Respeitem minha cabeça branca

Em casa ninguém me tranca

E querem saber mais

Me deixem em paz

Domingo vou ao bingo

No boteco do Gringo

Televisão parei de assistir

É vírus pra cá, vírus pra lá

Não aguento mais ouvir

Que morreu mais de quinhentos

É pra ficar em isolamento

Só falam de quarentena

Todo mundo dentro das casa

Quero mais bater as asas

Ganhar na mega-sena

Ver meu time jogar

Estou farto desse assunto

Nossa gente temerosa

Não é pra andar junto

Nem espirrar se pode mais

Atitude perigosa

Fazer reuniões sociais

Não possar dar um abraço

Ainda organizo um panelaço

Todos gritando com energia:

“Vá pro inferno, Pandemia!”

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 12/04/2020
Reeditado em 12/04/2020
Código do texto: T6914432
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