A fé fosse apenas precioso jarro
E a alma perdida em meio da ira
 
Eu vivi depois de dois mil anos,
Nem sabia se era pra ver a loucura,
Ver a insanidade como cultura,
Saber de governantes sem planos,
Ver pastores e padres insanos,
Parecendo que o mundo não gira,
Ver pregação de ódio e de mentira,
Como se homens fossem de barro,
A fé fosse apenas precioso jarro,
E a alma perdida em meio da ira.
 
Eu vivi tudo com ardor no coração
Pra ver patriota adorar outro povo,
Carregar bandeira pregando o novo,
Renegando as cores de sua nação,
E não entender que isso é traição,
Quando apoia pátria que nos tira,
Nossa cultura e língua mãe pura,
Dominando a terra, nosso barro,
A fé fosse apenas precioso jarro,
E a alma perdida em meio da ira.
 
Eu vivi no meio desse furdunço,
Vendo a justiça cega e insana,
Deixando a política lavar a grana,
Com policiais virando jagunço,
Bandido pregando de bom moço,
Crianças, pessoas, bem na mira,
De armas de fogo que só atira,
Mesmo protegido dentro do carro,
A fé fosse apenas precioso jarro,
E a alma perdida em meio da ira.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 06/05/2020
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