Forrozeiros do sertão
Na castanhola aprendi
Arrastar os pés num xote
Só mulher bem preparada
No cabra não dava bote
Bastiãozinho arrochava
A sanfona direitinho
Nenhuma noite faltava
A tal de “Brasileirinho”
Bastiãozinho partiu
Pra encontrar com Salviano
E tão junto lá no céu
Com as sanfonas “infernizando”
Toque uma, Salviano!
Puxe sua pé de bode
Que pra sanfoneiro bom
Não importa o tipo de fole
Na pionense o forró
Ainda hoje é do bom
Tonho de Loro e Raimundo
Não deixam faltar o som
Começou com Celiomar
Um sanfoneiro arretado
Toca seu forró no jeito
Pra ninguém ficar parado
A turma nova chegou
E já tá arrepiando
Os filhos de Socorrinha
Tonho de Corrinha e Evando
Na praça, na pionense
E também no interior
Onde eles tocam dá gente
Os cabras são um terror
Evando tá no sucesso
Já passou do Mutirão
Toca forró gravou disco
Longe do nosso sertão
Mas em dezembro ele volta
Não esquece o seu torrão
Daizinho também se mete
E puxa o fole no jeito
Não é bem a praia dele
Mas o infeliz é bom
E já toca até direito
Se um desses num encontrar
Nem fique apoquentado
Ligue pra Hermeto Sá
Que o forró tá ajeitado
O cabra é bom de fole
Um baita de um sanfoneiro
E ainda arranha do bom
Um triangulo e um pandeiro
Tá chegando o tempo bom
De gastar sola e salto
Nos forrós, nos arraiás
Nas escolas e no asfalto
Segura a saia menina
E vem pra festa junina!
Se nos folguedos dé certo
No sertão vou tá esperto
Dançando forró e xote
No voo do gavião
Colado até o cangote
Como fez o Gonzagão
Volta e meia tô por lá
Dou um valor sem tamanho
No forró eu não apanho
Aproveito as brincadeiras
Pra encontrar os que estimo
Que cultivam essa cultura
Lá na “Barraca Dusprimo”
PG Alencar (03.06.2014)