O PADRE SACANA

Lá prás bandas do interior

Mais precisamente no Sertão

Tinha um padre efeminado

E mesmo sendo imaculado

Era bem metido a bonitão

Pois se achava superior

Depois que rezava a missa

Corria direto prá sacristia

Sempre bem acompanhado

Prezando pelo cuidado

Para mais uma fantasia

Tinha ele essa premissa

Na sacristia somente ele

Entrava trancando a porta

Era um rapaz ou uma noviça

O que despertava cobiça

Ali dentro ninguém se comporta

Era um fuzuê daquele

Mas o padre era respeitado

Mesmo tendo a sua fama

De ter um jeitinho na mão

Fazia seu bom sermão

Porém o que faz na cama

Não era prá ser açoitado

Um dia o bispo ficou sabendo

Das estrepolias do religioso

Mandou um auxiliar investigar

Para depois lhe castigar

De um modo muito sigiloso

Para não ficar sofrendo

O padre era bem cauteloso

Não deixava nenhum rastro

Os rapazes saíam contentes

E as noviças mais tementes

Confiava muito no seu lastro

Eita que padre treloso!

Mas tudo tem um limite

E o padre foi desmascarado

O cabra era bem macho

Quando enfiava o tacho

Não tinha nada de efeminado

Tinha força de dinamite

Chamaram então o sacana

Que de padre não tinha nada

Encostaram-no na parede

E como um peixe na rede

A sua fama foi abalada

Tornou-se então leviana

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 25/01/2021
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