O MATUTO SONHADOR
Quem canta seus males espanta
E quem sonha o que acontece?
Depende de como se olha a vida
Escolha uma coisa mais preferida
E quem anota nunca esquece
Seja otimista, isso muito adianta
Sonhar é para qualquer pessoa
É grátis, ninguém paga nada
Com o tempo muito pode valer
Pesquise o que deseja, vá ler
Enquanto isso tome uma limonada
De repente no seu ouvido ressoa
Gilberto era um matuto pobre
Que morava no meio das brenhas
Roçava mato, gostava de plantação
O que tinha era um bom coração
Pro fogo saía em busca de lenhas
Joga as sementes, a terra cobre
Mas esse matuto alto sonhava
Um pouco mais ele queria ter
Conhecer cidades, fazer viagem
Mas o interior estava na estiagem
E o pobre teve que se conter
Quem sabe um dia clareava
E esse dia portanto chegou
Mesmo esperando alguns anos
De ônibus prá São Paulo partiu
Chegando lá um sorriso abriu
Lhe ajudaram bons samaritanos
E a sua sorte não demorou
Arrumou logo bom emprego
Num sorriso de felicidade
Com um salário bem razoável
Ficou importante e notável
E ali naquela grande cidade
Fez sua vida, seu apego