TONHO FILHO DO DIABO

Algum tempo bem depois

Que o cangaceiro Lampião morreu

Surgiu no interior de Alagoas

Um cabra fazendo das boas

Disse aqui quem manda sou eu

Ele e mais outros dois

Pintou miséria no Sertão

Matou, roubou e estuprou

Era um bandido atrevido

Pelo povo muito temido

Até a polícia se acovardou

Com a fama do espertão

Antônio seu nome de batismo

Diziam fazia parte com o cão

De cidadão de bem dava cabo

Chamado Tonho Filho do Diabo

Causava estrago igual furacão

Sorrindo mostrando cinismo

Muita mulher perdeu seu marido

Depois por ele foi comida

Muita moça perdeu seu cabaço

O que causou muito embaraço

Na família ficou uma ferida

Tudo por causa desse enxerido

Prá bem longe foi sua fama

Conhecido foi pela sua violência

De Tonho não escapava ninguém

Esse bicho não valia um vintém

Nem adiantava pedir clemência

Ou então fazer algum drama

Mas nem todo mundo tem sorte

Muitos dizem um dia é da caça

E acrescenta outro é do caçador

De tanta desgraça foi causador

E um justiceiro de muita raça

Decretou a Tonho sua morte

A paz voltou naquela região

Acabou-se o grupo assassino

Quem era do bando logo fugiu

Quando o justiceiro então exigiu

Que se evitasse algum desatino

Sendo essa uma sua opinião

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 02/02/2021
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