COM MULHER DE BIGODE NEM O DIABO PODE
Por esse mundo afora eu andei
E encontrei histórias engraçadas
Algumas até mentira parecem
Tem outras até que enfurecem
As de situações embaraçadas
São poucas as que constatei
Mas a que pretendo contar agora
É a de uma mulher do Nordeste
Seu nome lhe digo: Maria das Dores
Seu segredo: ela tinha dois amores
Um digo logo que era um cafajeste
O outro o marido que por ela chora
Essa mulher era espírito do diabo
Com ela ninguém se deparava
A não ser os dois envolvidos
Ambos muito bem sucedidos
Mas a ordem era ela quem dava
Só aos dois ela dava o seu rabo
Era o tipo de mulher muito astuta
Não levava desaforo prá casa
Tinha ela um bigode bem ralo
Era mulher mas cantava de galo
Ela sozinha mandava brasa
E ai de quem lhe chamasse de puta
Seu bigode era muito comentado
Na sua frente ninguém se atrevia
O marido era mesmo um banana
Adorava ele uma garrafa de cana
Era corno e isso ele não escondia
Bem melhor do que ser deputado
Já botou muita mulher prá correr
Muito macho levou tapa na cara
Ninguém se atrevia a peitá-la
Nem tão pouco amedrontá-la
Ai de quem criticasse a sua tara
Algo de grave poderia ocorrer
Maria das Dores até se gabava
Era mulher de fibra e coragem
Em tudo manobrava seu marido
Aos comentários não dava ouvido
Nem admitia qualquer libertinagem
Pois no pau isso logo acabava
Seu amante era homem tinhoso
Que se dava bem com o corno
Era ela quem dizia o dia e a hora
Para transar dizia venha agora
O marido sem nenhum transtorno
Se mostrava depois bem carinhoso
No final das contas tudo certo
Pois cada um tinha a sua vez
Ninguém reclamava e nem devia
Lavou tá novo ela sempre dizia
Bem sorridente e com sensatez
Nenhum dos dois era mais esperto