Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga,
Nasceu em Exu, Pernambuco,
Foi um compositor popular,
No sertão ainda caduco,
O rei do baião,
Seu pai Januário, e não era maluco.
Com ele vinha à vida,
Do rei do baião,
Trás nas costa outro apelido,
Embaixador sonoro do sertão,
Com ele uma banda nordestina,
Velho luá do sertão.
Com uma banda,
De instrumentos acordeão,
Consagrou e foi,
O rei do sertão,
Com muita luta,
Conseguiu o nome Gonzagão.
Na fazenda Araripe
Gonzaga criou o forró.
Lá o fole roncou primeiro
A poeira deu um nó.
E o povo toda dançava
Pulando numa perna só.
Mas por causa de uma surra,
Ele teve que se mandá
Deixou pra trás sua famia,
Largou sua terra natá
E na estrada da vida
Ele saiu a pená.
Foi então a Fortaleza
A procura de emprego
Não demorou, se alistou
No exército brasileiro.
Ficou lá uns dez anos
Lutando como um guerreiro.
Mas o que ele queria
Era ser sanfoneiro
Foi então que viajou
Para o Rio de Janeiro
Daí o nosso menino
Foi inté pro estrangeiro.
Gonzaga se tornaria
Um ilustre brasileiro
Conseguiu fama e sucesso
Ganhou bastante dinheiro
E nas asas da Asa Branca
Conquistou o mundo inteiro.
Ele era Luiz,
Se apresenta em bailes e outros,
De inicio acopanhada de seu pai.
Nas festas cantava em quadrilha os forro,
Seu maior sucesso foi Asa Branca
A cantiga na língua chegava da nó.
Muitos anos se passaram
Ele resolveu voltá
Pois estava com saudades
Da sua terra natá
Queria rever seus pais
E a famia visitá.
Chegou em casa a noite
Para seu pai assustá
Januário quando viu
Foi logo lhe perguntá.
- Ôxente caba safado,
Isso é hora de chegá?
Mais Luiz já era rei
E tinha o que mostrá
Pegou sua sanfona branca
E começou a tocá,
Januário admirado
Ficou só a observá.
O povo lá no terrêro
Metêro o pau a dançá.
Os caba arrastava o pé
Fazendo péda vuá.
E o forró continuô
Inté o dia raiá.
Gonzagão puxava o fôle
Mostrando pra Januário
Seu fóle de cento e vinte
Melhor que o de oito baixo.
E o véi de boca aberta
Ficou todo admirado.
Mas quando ele pensou
Que estava agradando
Viu Raimundo Jacó
Que veio se aproximando
E com a voz dura
Foi logo lhe reclamando:
- Luiz respeite seu pai,
não se mêta a engraçado
se não lhe dou uma surra
que vai lhe esquentá o rabo.
Pois você é um moleque
E ele já tá criado.
O Exu ficou feliz
Gonzaga havia voltado
E voltou pra dá início
Ao seu grande reinado
O reinado da alegria
Do baião e do xaxado.
Foi o rei de um povo humilde
Tinha a todos como irmão
Defendendo os mais probres
Dos poderosos barão
E quando alguém precisava
Gonzaga lhe dava a mão.
A missão de Gonzaga
Estava quase acabando
Jesus o queria de volta
Sua hora ia chegando
Mas a história de Luiz
Estava só começando.
Uma grande doença
Atingiu nosso Gonzaga
Mas mesmo enfraquecido
Sua voz ainda cantava
Cantou a hora do Adeus
Que sua morte narrava.
Foi no dia dois de agosto
Que deu-se a definição
A notícia se espalhou
Em rádio e televisão
Nas manchetes anunciava
Que morreu o Gonzagão.
O povo num acreditava
Muita gente duvidou
Quando a televisão
Sua morte anunciou.
E na porta do hospital
Uma multidão se formou.
Exu sempre recebeu
O nosso rei do baião
Mas o povo num agüentou
Foi triste a situação
Quando Gonzaga chegou
Deitado em um caixão.
Foi assim que ele se foi
Mas jamais vou esquecer
Do nosso grande guerreiro
Que lutou até morrer,
Na serra onde mora,
De não ser.
Em sucessos,
Da Asa Branca,
Em 1951,
Baião da peha,
Já foi em 1964,
A triste partida.
Zé Dantas,
Adeus, Iracema,
Com Raul Torres,
Moda mula preta,
De Lupicínio Rodrigues,
Juca.
De 1964,
Numa sala de reboto,
Com Rosil Cavalcanti,
O veio macho,
De Luiz Gonzaga e Zé Dantas,
Paulo Afonso.
Foi o sucesso,
No meu pé de serra,
Vão para lá carro,
Chamado pau-de-arara,
Com Gonzaguinha,
Lembrança de primavera.
Vai de um,
Banda de algodão,
Em 1953,
Na moreninha tentação,
Quando em 1962,
Pássaro carão.
Do nome Luiz Gonzaga,
Véi o nome para meu biavo,
E daí véi pra,
O meu tio,
Que hoje iai,
Pra varia nome divido.
Alberto 7ª