O BAILE
Certa vez aconteceu
Um baile na floresta
Chegou a formiga
Com uma estrela na testa
Querendo naquela noite
Ser a rainha da festa.
O urubu chegou apressado
Foi antes fazer faxina
Estava muito cansado
Vestia uma calça branca
O paletó era quadriculado.
O gambá não foi convidado
Mesmo assim apareceu
Soltou um bum fedorento
E dali se escafedeu
Com medo do macaco
Na cozinha se escondeu.
O rato muito guloso
Foi dar uma espiada
Destampou a panela
Justo da feijoada
Ono feijão quente caiu
Ficou de canela esticada.
A barata Josefina
Entrou com a sua cantoria
-Que quer casar comigo?
Tenho uma gorda aposentadoria
Vai viver de vida boa
Só me faça companhia.
Há...há...há, grita o papagaio
A barata vai viver só
Diz que é muito rica
E tem até saia de filó
Sem um tostão furado
Olha! dela eu tenho dó.
O galo Adamastor
Nem na festa apareceu
Disse que estava cansado
E cedo ele adormeceu
Roncava tão alto
Até o chão estremeceu.
Mas o galo por acaso ronca?
Perguntou o guaxinim
Dando aquela gargalhada
Lá no alto do jasmim
Respondeu a galinha Zezé
Ronca sim, sim, sim...
A tartaruga lerdada
Chamou a galinha Zizi
Que corria atrás
Da borboleta Lily
Quando o grilo deu um grito
Ela foi por ali...
A chuva resolveu cair
Molhou a casa do cupim
Que nervoso gritava
Tenham dó de mim
Chuva passa um pouco
Não faz pirraça assim.
A borboleta Zazá
Se nada achava graça
O vagalume apagou a luz
Só pra fazer pirraça
A formiga acendeu o fogo
Só subia uma fumaça.
Autora- Irá Rodrigues