A TERRA ONDE VIVI

Quando vou visitar o Serrote

Já não tem a casa onde vivi

Vejo cada lugar invadido

A saudade, não resistir

As lágrimas me dominam

Tanta dor que sentir.

Daquela casa aconchegante

Nada mais ali restava

Só escombros e entulhos

O que eu nunca imaginava

Destruir uma história

Onde sonhos se abrigava.

Hoje nem faço questão

De voltar a visitar

Lembrar como era ela

Saudade de cada lugar

A varanda os pés de umbu

Onde gostava de brincar.

Nada da minha infância

Vi os olhos lacrimejando

Uma dor ardendo no peito

Aos pouco fui recordando

Tantos momentos bons

No passado foi ficando.

Só restou a nostalgia

E os vestígios da maldade

Daquele lugar onde morei

Só encontrei a saudade

E o amor que ali viveu

Esse foi de verdade.

Olhei os restos de entulhos

Vi o quarto onde eu dormia

Disse baixinho e chorei

Nada mais ali existia

Jurei naquele lugar

Não mais voltaria.

Um passado destruído

Uma casa tão singela

Quantas vezes eu sentava

Ali naquela janela

Com peraltice de criança

Olhava a Lua tão bela.

Lembro do umbuzeiro

Que ficava bem na frente

O caldeirão de pedras

Nada sai da minha mente

Tantas lembranças boas

Do podo de antigamente.

Na cozinha o fogão de lenha

A grande mesa de jantar

Onde todos se reuniam

Lugar melhor de ficar

Com o cheirinho de bolo

Que acabava de assar.

Autora- Irá Rodrigues