ZÉ MATUTO
Nascido na roça
Teve pouca leitura
Mão calejada da enxada
Mas a melhor criatura
Nordestino arretado
Dotado de toda bravura.
Não tinha medo da luta
Nem sabia reclamar
Trabalhava com afinco
Até a noite chegar
Ainda sobrava disposição
Pra uma moda cantar.
Só aos domingos
Parava para descansar
Montado em seu cavalo
Na cidade ia passear
Encontrar os amigos
E com ele prosear.
Mas na segunda cedinho
Seguia para o roçado
Precisava preparar o pasto
Pra colocar seu gado
Umas cem novilhas
Que ele havia comprado.
Ninguém ver o Zé parado
Só se for em data especial
Feriado da Semana Santa
E também no carnaval
E outra que ele respeita
É a noite de Natal.
Vivendo no pé da serra
Com a natureza presente
Ali passaria sua vida
Por perto tinha parente
Uma vila foi formada
E nunca faltava gente.
Zé costumava dizer:
Aqui é o meu ranchinho
Vejo o gado lá no pasto
Ou bebendo água no riachinho
Tinha tudo que precisasse
Ali no seu cantinho.
Nas noite de lua cheia
Não faltava diversão
De todo canto vinha um
Trazendo seu violão
Enchendo aquele lugar
Com repente e modão.
E quando o dia amanhecia
Cantava o galo Velhinho
Que logo era acompanhado
Pelo canto do passarinho
Tudo que precisava
Tinha no seu ranchinho.
Autora- Irá Rodrigues