Rufino Cachaça

Rufino, caboclo sério

Desses véi certo e cismado

Conversava muito pouco

Sempre, assim, desconfiado

Trabalhador de primeira

Tinha a tradição vaqueira

Que o fizera afamado

Mas sempre em dia de feira

O cabra se transformava

No jumento um caçuá

Muito de tudo comprava

Feijão, farinha, verdura

Carne seca, rapadura

Pedia a conta e pagava

Amarrava o seu jumento

Na porta de uma bodega

E já na primeira dose

Tava pronto pra refrega

Cotovelo no balcão

Só terminava no chão

A vida virava um brega

Chegava em casa somente

De manhã no outro dia

Com o semblante bem sério

Não se lembrar, parecia

Do recente desatino

Esse era o velho Rufino

E só se vê na Bahia

Tarcísio Mota
Enviado por Tarcísio Mota em 11/03/2022
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