Coronel Justino
Desde os tempos do império
Nunca se ouviu falar
De um homem tão sério
Que tremia as pernas só de para ele olhar
Justino era de patente alta
Gostava que o chamassem de coronel
Humildade era algo que lhe fazia falta
Se achava o dono do céu
Quando de longe surgia
Começavam os sussurros e cochichos
E era assim dia após dia
Espantava até os bichos
Ninguém tinha apreço pelo coronel
Homem grosso, rude e sem amor
Maltratava qualquer um debaixo deste céu
Há quem diga que sua alma era cheia de dor
Pois perdera sua filha ainda pequena
Acreditem vítima da negligência
Pois foi numa noite serena
Que anjos testaram sua paciência
Justino foi para o hospital
Carregando no colo sua menina
Que já a dias vinha muito mal
Coitadinha daquela pequenina
Precisou de um transplante passar
Um novo fígado era sua salvação
Para conseguir sua vida desfrutar
Crescer e viver feliz então
E na quela noite triste
Lá pelas bandas da madrugada
Justino disse se Deus no céu existe
Que tire a dor da minha filha amada
Prometo mais nada lhe pedir em vida
Mas tire minha princesa deste aborrecimento
Pois me dói ver minha filha querida
Dia e noite neste sofrimento
A filha do coronel morreu
Coronel Justino desabou a chorar
Achando ser Deus o culpado do sofrimento seu
Mas o coronel não soube a Deus orar
E não entendeu o querer e a vontade
Nem sempre o que pedimos nos é atendido
Não que Deus não tenha bondade
Mas o que ele faz deve sempre ser entendido
Estamos aqui de favor
E devemos sempre agradecer
Viver está vida distribuindo amor
E todos os dias com Ele aprender