... e a sua mortalha foi um pedaço di céu

Airam Ribeiro

Nos escombros foi enterrado

Naquele prédio que caiu

O corpo não foi encontrado

E o espírito então saiu

Meio zonzo e sem mortalha

Atravessou a muralha

E depois ninguem mais viu.

Sem túmulo e sem nada

Nos destroços e farelos

Não achou nem a arcada

Somente o pano amarelo

Talvez da camisa rasgado

De um corpo esfarelado

Perto de um par de chinelo.

E seu espirito coitado

Vagando pelo infinito

Andando atordoado

Meio sem jeito e aflito

Andando de léu em léu

Vestiu com o azul do céu

Em meio aos seus conflitos.

Mas O nosso Deus nao falha

E acudiu o espirito errante

Que teve o céu como mortalha

Em seu final itinerante.

Que ele agora no além

Encontre por lá um alguém

Para ter um final triunfante.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 09/02/2023
Código do texto: T7715220
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