“COMI PUPUNHA”

E não adianta esconder

Pois o céu é testemunha.

I

Eu com a mulher do amigo

Numa grota do sertão,

Tomando banho pelado

N'água fria em ribeirão,

Penso ninguém vai saber

Mas era apenas mumunha.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

II

Mas não levou muito tempo

o amigo descobriu,

Foi já seguindo a mulher

Quando nós se despiu.

Gritou pra gente saber

Que já tinha nós é na unha,

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

III

E matou a gente sem dó

Só escutei tirambança,

Quando caí tava morto

E morri pela lambança.

Nem deu para perceber

Que não era como supunha,

E não adianta esconder

Pois o céu é testemunha.

IV

Eu fui com minha amante

Pra São Pedro dar asilo,

Ele olhou pra minha cara

Eu fiquei menor que grilo,

Disso não posso esquecer

Só porque comi Pupunha.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

V

São Pedro nos pôs no limbo

Diz fiquem acasalados,

Vão morar na escuridão

Até pagar seus pecados,

Depois tornam renascer

Em terras da Catalunha,

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

vi

Fui morar com Pupunha

Lá naquela nuvem preta,

Aí é que descobri,

Que esta peste era capeta

Ela armou para eu perder,

A minha alma fraquitunha.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

VII

Nunca fazia comida

Pra comer eu cozinhava,

Pupunha nunca comia,

E aquilo me azucrinava.

Mas eu fiz por merecer

Aquela vaca cabrunha,

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

VIII

E vigiando a danada,

Em vez de ir a capinar,

Eu ficava de butuca

Ver como ela ia arrumar,

Para ajeitar seu comer

Nada no fogo ela punha.

E não adianta esconder

Pois o céu é testemunha.

IX

Aí chegou às nove horas

E ela foi para o terreiro,

Caminhando calmamente

Ela andou pro galinheiro.

Dois ovos eu pude ver,

Lá de riba do pau cunha.

E não adianta esconder

Pois o céu é testemunha.

X

Levantou a saia para o alto

Coisa que ninguém viu,

Os dois ovos de galinha

Colocou no xibiu,

Com o tição foi ascender

O cachimbo de burunha,

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

XI

Sentou-se im riba do banco,

E ficou ali cachimbando,

Depois de vinte minutos

Vi ela a saia levantando,

Deu-me vontade correr,

Ela pôs a mão na xunha.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

XII

Ovos saí fumegando

Eu quase morri de medo,

Ela quebrou a casca dele

E comeu e lambendo o dedo,

Eu aí comecei a tremer,

E sem vergonha nenhuma.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha

XIII

É coisa só do capeta,

Eu falei sem compromisso,

Capeta disse: ta doido,

Também to besta com isso,

Não fale nada sem ver

Querendo que berre e grunha?

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

XIV

Se só isto tava bom

Pecar todo mundo quer,

Olhei na terra vi o amigo

Papando minha mulher,

Ela gosta e manda ver

Se ele tirava ela punha.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

XV

Tome juízo ô gente

Cuidado com traição,

Comer mulher dos amigo

É coisa descente não,

Cabra pode até morrer

Tentando comer pupunha.

E não adianta esconder,

Pois o céu é testemunha.

Trovador das Alterosas.

Ganhei aqui uma bela interação do nosso amigo e poeta Luiz Morais Muito obrigado

O que você não sabia

É que quem provocou isso

Foi essa mulher vadia

Chegada num pau roliço

Que gostava de gemer

Dando tudo o que dispunha

Não adiantou esconder

Pois o céu é testemunha.

Interação do nosso amigo e poeta Márcio Matos. Obrigado amigo.

Essa muié é o bicho

E veio de incumenda

Te engano te seduziu

Botô no zói uma Venda

Larga esse trem no iscuro

Ela é coisa muito runha

Tu pode morrê intalado

Comeno essa tar de pupunha

Do poeta fera do cordel, João Corim uma interação. Obrigado

Na quentura do buraco,

que fritou ovo pupunha,

se tu comeu a mardita,

queimou o dedo sem unha,

sao pedro vai querer ver,

nem adianta esconder,

pois o ceu é testemunha.

Mestre João Bosco chegou junto obrigado poeta.

16/07/2012 19:42 - João Bosco Santos

Oh Pupunha discramada

perdi minha alma inteirinha,

Sem ter vergonha nenhuma,

Hoje choro arependido

No escuro roendo a unha

não adianta esconder

Pois o céu é testemunha.

Por causa de uma mulher

Miss Kathmandu chegou e abafou, obrigado flor valeu.

Nesse ritmo eu vou de embalo!

Aqui pupunha é palmito,

Que como até o talo!

Essa Muié é um perigo

E ela é chegada num falo!

Mas agora me calo

Por conta desse céu

Que é testemunha.

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 23/10/2023
Reeditado em 25/10/2023
Código do texto: T7915498
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