Sobre o H

I

O H é uma letra meio maluca.

Nem consoante e nem vogal.

Sem ruído; tão pouco musical.

No L, sempre anda de butuca.

E quase sempre, nem retruca.

Com a letra L, tem esquema.

É que o H não possui fonema.

Diacrítica é sua classificação.

No dígrafo: a segunda, então.

Mesmo assim, dá um poema.

II

Uma hora heróica é a hora H.

E pode ser histórica também.

Quem sabe pode ir bem além.

Indica o momento importante.

Ou nada; ou coisa semelhante.

H pode ser abreviação de hora.

Quero falar mais coisas, agora:

H muda tudo, e tão de repente.

Faz uma zona na nossa mente.

Então irei esclarecer: simbora!

III

A fala incluindo o H, fica falha.

Já uma escola, vira a escolha.

Uma bola se torna uma bolha.

E se carrega uma mala, malha.

Só cala a goteira, a boa calha.

Se arranca o H de relha, é rela.

Se faz o mesmo à telha, é tela

E se um ralo está sujo, eu ralho.

O galo sempre canta do galho.

E no bolo da velha, tem a vela.

IV

Então, esse H é muito piradinho.

Mexe e vira, e já causa conflito.

Mas é um sujeitinho bem bonito.

E muitas vezes ele atua sozinho.

Sem L, voo livre qual passarinho.

Lhama na lama; oh, problema!

Mesmo assim, deu esse poema.

Rola uma rolha; e na fila a filha.

Sem H a pila; destrói toda pilha.

Vem cá, há chá! H é bom tema.

Uberlândia MG

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 23/11/2023
Código do texto: T7938587
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