As unhas

As unhas

Cordel

As unhas do gavião

São ferramentas de corte

Pegam a presa e a levam a morte

Pra dar alimentação

As unhas do corujão

São garras afiadas e fortes

Porém a unha da morte

Tá mais perto do que longe

De Leste a Oeste Sul a Norte

Se trata de um Alfange

Na hora que ela tange

Falta com respeito a sorte

As unhas da sedução

São das mulheres vaidosas

Que para chamarem atenção

Nas tintas são caprichosas

Beliscam bolsos e o coração

Quando o homem se entrosa

As unhas do grande apuro

Não são as unhas dos homens

Visto que não há futuro

Nas unhas do lobisomem

Quem namora no escuro

O bicho chega pega e come

Já nas unhas da polícia

O bandido come arrochado

Do PCC ou da melissa

Perseguido ou procurado

Onde as unhas da lei derriça

Ver-se o sangue derramado

Já nas unhas dos políticos

A verdade se contradiz

Sejam comuns sejam mitos

Contaminação infeliz

Cavam buraco esquisito

Para sepultar o país

Já nas unhas da justiça

É que a coisa fica feia

Políticos com grandes cifras $

Onde a corrupção campeia

‘Da porta range a dobradiça’

Botam o cara na cadeia

Ainda nas unhas do Leão

A presa se desgoverna

O sangue ensopa no chão

Na entrada da caverna

E o inimigo da salvação

Traz perda de vida eterna

Já nas unhas do poeta

Cai a Terra o céu o mar

O Sol estrelas e vaga-lume

E muito mais cai na certa

Poeta tem um costume

De tudo que é bom juntar…

Tem mais Centenas de unhas

Que agora não vou citar

Sem querer deixar nenhuma

No cordel a comentar

Esta estrofe é testemunha

Unha não só para beliscar…

Joaquim Veríssimo Ferreira Filho
Enviado por Joaquim Veríssimo Ferreira Filho em 07/03/2024
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