Poesia eu quis fazer

Para agradar a Maria,

Tão logo acabou de ler

Disse: - tá uma porcaria.

 

Humilhado eu me sentia,

Passei a noite acordado,

Quanto mais eu escrevia,

Mais ficava obcecado.

 

Ela exigiu um soneto,

Isso não sei compor,

Um Cordel eu lhe prometo

Com lindos versos de amor.

 

Maria moça tinhosa

Queria me provocar,

Bateu o pé, rancorosa

E foi à mãe se queixar,

 

- Minha filha tome tento.

- Que falta de educação.

Deixe de atrevimento

E peça ao moço perdão.

 

Chegou tarde a mocinha

Mesmo assim lhe perdoei.

Meu Cordel lá na cordinha

Com os outros pendurei.

 

Sonetos não sei compor.

Aprecio quem os faz,

Mas, um Cordel de amor,

Este sim, eu sou capaz.