Cordel da Criação

Quando o nada sem fronteiras

Cobria tudo de escuridão

O sul e o norte eram uma coisa só

O silêncio dominava sem oposição

Vestindo um manto frio e soturno

De cor estampada de solidão

E assim foi por incontáveis eras

No tempo em que nem tempo havia

Imperava a regra do não ser

Abismo onde o vazio jazia

Praia sem mar nuvem sem céu

Na mais pura monotonia

Até que a voz do Eterno ecoou

e como onda ligeira se moveu

E um farol de luz se viu no espaço

E todas a coisas ELE proveu

Calor, vida, sabores, cores e tons

E ao findar sua criação

Viu Deus o resultado de suas mãos

Dizendo a si mesmo que tudo era bom

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 23/03/2024
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