O Cordel da Cachaça

Jornais, revistas, dicionários

Mapa da Cachaça consultei

Fazendo a pesquisa física

Nos botecos me empolguei

Secando garrafa por garrafa

Passando o pente, a tarrafa

Cordel da Cachaça comecei

Dose Apaga-tristeza isso é lei

E apaga também o cliente

Ardosa ou não será o gosto

Quem gosta da Aguardente

Aquela Pinga quando pinga

Abastece e enche a moringa

Na natureza o cabra sente

Existe apreciador que tente

Tomar somente um Goró

Pouco Esquenta-por-dentro

Na medida bebida Faz-xodó

Chamada Filha-de-engenho

É preciso bastante empenho

Pra não escorregar no Cipó

Dizem Levanta-velho, A-do-ó

Espanta-moleque e Saideira

Química para dissolver tudo

Batizada de Desmanchadeira

Refrescante Suor-do-alambique

Embebeda experiente cacique

O índio e sua tribo inteira

Por ser quente virou Braseira

Arrebenta-peito e Assina-ponto

Para alguns é o Café-Branco

Para outros irá deixar tonto

Cinquenta e um, Quebra-jejum

Mas, a Pitú é a Número-um

Depois dela eu me desmonto

Branquinha na bodega aponto

Abre-coração a tal da Cambraia

Cidades lhe chamam Canjebrina

Capital Manaus é a Kamulaia

Pelo conhecido Bafo-de-tigre

Há quem defenda ou brigue

E o que consome e desmaia

Seis horas da manhã de tocaia

Freguês procurando o Remédio

Água-bruta no corpo Tira-calor

Boa-pra-tudo e afasta o tédio

Péla-goela com sabor de perigo

Se exagerar nela meu amigo

Arriscado cair de um prédio

No copo pequeno ou médio

No grande botar pra torar

Urina-de-santo que benze

Chica-boa de experimentar

A Januária, Cátia, a Juçara

A-que-incha quando não para

Pindaíba para o céu levará

Garapa-doida ideal para curar

A Marvada que é Meu-consolo

Mesmo sendo um Nó-cego

Ás vezes acabando em rolo

Quebra-munheca, Amarelinha

Iaiá-me-sacode, Aquelazinha

Linha-branca que Limpa-olho

Pilóra rimando até com bolo

Ximbica, Birita, Corta-Bainha

Veneno que indivíduos usam

Insistindo naquela Teimosinha

Lágrima-de-virgem, Mata-paixão

Engasga-gato e engasga peão

Encantar por essa Sinhazinha

Assovio-de-cobra, Azuladinha

Em excesso é Desmancha-samba

Jinjibirra, Lapadinha, Pau-de-urubu

Três-Tombos tá de perna bamba

Uma-aí pintada com Roxo-forte

Potente no Sul ou no Norte

Original ou talvez de Muamba

Caída no chão tem quem lamba

Qualquer gotinha do falado Mé

Elixir que armazena Sete-virtudes

Tira-teima sem dúvida é

Maçangana, Gororobinha

Dormideira, Dengosa, Dindinha

Água-benta que colocam fé

Alegrando a Ana e o Barnabé

Água-que-pássaro-não-bebe

Não á toa é chamada Abrideira

Abre que nem se percebe

Foi apelida de Malunga

Amansa de Lampião a Seu Lunga

Assina-cheque alguém recebe

Popular sendo em toda plebe

A Tira-vergonha, a Meiota

Tem gente que aguenta

E tem gente que capota

Com ela Chora-menina

Marmanjo se acaba em cima

Da Cana se a gaia brota

Fogosa que o bebum arrota

Parnaíba, Parati, Mulatinha

Por fazer determinados milagres

Foi nomeada de Santinha

Misturada com a coca-cola

Tem jogador que não dá bola

Só pedindo ela Purinha

Chegamos no fim da linha

Na linha não sei se fico

Quando trava a inspiração

Entre Francisco ou Chico

Sair de cima do muro

Receituário bom e seguro

Vou no Bar molhar o bico

Jonnata Henrique 30/03/24

JonnataHenrique
Enviado por JonnataHenrique em 30/03/2024
Código do texto: T8031232
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