ASSIM É A VIDA? - Parte final

Como podia ser aquilo?
Zequinha, o ladrão, armado,
Apontando a baita peixeira
Quase o teria matado
Para tomar o seu dinheiro
E Jonas que era injustiçado?

Então, o assaltante entra
Na sacra casa do cidadão
Disposto mesmo a matar,
Até rasgar seu coração,
Depois, da vítima infeliz,
Tem direito a indenização?

Qual o fulcro do juiz
Para tal decisão tomar?
Se a Lei é pró assaltante
Vale a pena trabalhar?
Só o ladrão tem direitos
E o honesto vá se lascar?

Ultimamente tem sido assim:
O ladrão rouba e mata
Comete o crime que quer
Bem armado ele assalta
E ao ser preso, insidioso,
“Direitos humanos”, ressalta

Os defensores do axioma
Pressurosos o acodem
“Tadinhos” dos criminosos
Têm direitos, tudo podem.
As vidas perdidas no assalto,
Sem direitos, apenas morrem

Isso tudo Jonas pensava
Sombrio, decepcionado,
Cabia agora recorrer
Para os juízes togados
E o Tribunal decidiria
Se o certo estava errado

Esse caso ainda segue
Na Justiça em andamento
Agora os desembargadores
Farão novo julgamento
Talvez reparem a injustiça
Ou corroborem esse lamento

Eu escrevi este cordel
Com as lágrimas caindo
Mostrando minha tristeza
A pressão do sangue subindo
Expressando meu protesto
Enquanto o bandido está rindo

E pergunto a quem me lê:
Por que ao ser capturado
O ladrão é logo solto
Volta a roubar, o safado,
Mata sem ter piedade
E nem é pronunciado?

Por que os direitos humanos
São apenas p'ra quem mata
Está sempre fora da lei,
Comete estupra e assalta?
É isso que a sociedade
Nos dias de hoje retrata

Já o homem que é honesto
Não tem direito, coitado,
Se estapear um bandido
Vai logo preso, é condenado,
E os Direitos Humanos
Nunca atendem se chamado

Isso precisa mudar depressa
Que tamanha indignidade!
Modificaram os valores
Está vencendo a maldade:
O cidadão em casa trancado
E o meliante em liberdade

Eu expresso o meu protesto!
No cordel que ora termina
E conclamo aos congressistas:
Transformemos essa sina
Dando direito a quem merece
Eliminando o mal que germina.
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 19/01/2008
Reeditado em 30/08/2008
Código do texto: T824255
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