RECIFE: A CAPITAL DA MULHER BONITA
Em um dia desses qualquer
Eu vi no telejornal
Um resultado do IBGE
De uma pesquisa especial
Sobre o número a mais
Das moças do que rapaz
Em escala nacional
Eu fiquei todo nervoso
Que eu até perdi a fome
Tava pra lá de ansioso
Quando iam dizer o nome
Da tal bendita cidade
Que tinha a felicidade
De ter mais mulher que homem
No almoço eu tava no embalo
De garra no pedaço de bife
Quando terminou o intervalo
Pra notícia da febi tife
Eu num podia acreditar
Quando vi o homem anunciar
Que a tal cidade era Recife
E a vista de fato é boa
Na Conde da Boa Vista
Ao andar por ela à toa
Sinto-me um estilista
Pois são tantas as modelos
Com os seus belos cabelos
E a sua pose de artista
As feias são também belas
O sol é o holofote de luz
Calçadas são passarelas
O olhar a todos seduz
Negras, morenas, branquelas
Doidas, discretas e donzelas
De engateados, verdes e azuis
Na correria rotineira
Em tantas idas e vindas
Umas sérias, outras faceiras
Uma amada, outra não ainda
Uma tranqüila, outra com pressa
Uma termina, outra começa
Isso do Recife a Olinda
As roupas são diversas
Umas longas e compostas
Outras curtas e perversas
Mostrando a frente e as costas
Tem de baixinha à alta
Sortimento é que não falta
Agrada até a quem não gosta
Há buracos na calçada
Que exigem a sua atenção
Pois se ela for desviada
Por alguma tentação
Ainda que você não goste
Mete a cara num poste
Ou cai de bunda no chão
Aquelas de muito peito
Usam tomara que caia
E as que estudam direito
São justas na mini-saia
Pr’os casados n’é problema
Para tudo há um esquema
Para que existe a gaia?
Há ainda uma porcentagem
Que ficou fora do estudo
Me refiro a boiolagem
Sem máscara, sem escudo
É viado de todo jeito
Com todo o meu respeito
No Recife tem de tudo
Somente esses tais rapazes
Em forma de uma gazela
São realmente capazes
De resistirem a elas
Estão em todo lugar
Aqui, ali e acula
No fórum, bar ou capela
Esse tipo de camarada
É pura capacidade
Pois fazem suas presepada
No interior ou na cidade
E ainda com a mulherada
Faz lhe sentir indesejada
A não ser p’ra uma amizade
Pra você um conselho amigo
Guarde a chave do coração
Pois é o maior castigo
É elas tê las nas mãos
E quebra a tranca na tora
Joga a chave fora
E só sobra desiluzão
Outro conselho, te digo
Cuidado ao leva-la pra cama
É um dos maiores perigos
Você achar que a ama
Faz de você bola de gude
Ela seca seu açude
E você morre na lama
Uma coisa que me mata
E me tira logo de linha
São essas verdadeiras gatas
Que tomam umas Caipirinha
Atrás delas eu corro
Me vejo como cachorro
E fico com as galinha
Mas a grande verdade
Vale a pena ser citada
Já não perdi a sanidade
Pois tenho a minha amada
Eu não lhes contei ainda
De todas a mais linda
É a minha namorada