A lição do beija-fulô
A lição do bêja-fulô
Airam Ribeiro
Sempre que beju uma fulô
Apareci atráis de mim
Cum ciúme um beja-flô
Falano cumigo ancim:
Dois bicudo num ci bêja
Nun fica donde eu teja
Se não verá o seu fim.
Eças fulô nascero pra min
E eu nací pra li bejá
É pur isso que fico ancim
Vuando de lá pra cá
Pra da conta do meu recado
Vô para todos os lado
Neste constanti revuá.
Beja- flô enciumentado
Eguísta e bejoquêro
Eu tô bejano é cum coidiado
Pruque tão no meu terrêro
Essas fulô eu prantei
Só qui eu nunca pensei
Qui ocê era um increnquêro.
Se tomém tivesse asa
Num falava cumigo ancim
Eu ia ni todas as casa
Qui tivéci fulô nos jardim
Ia cê um pirracento
Pra istá in todo momento
Iantes docê passarin!
Num dianta pirraçá
Cê nun guenta éssa rotina
Trazé os pólens e levá
Já se tornô minha sina
Ocê pra isto num presta
Vévi a derrubá floresta
E ninguém li incrimina.
Sô um pequeno beija-flô
Cuidano do mêi ambiente
Ocê é um ser destruídô
Onde tivé presente
Faço as mata florescê
Inquanto vejo em você
Animá in forma de gente.
O planeta ta cabano
As água tão poluída
As geleira disgelando
Inxendo o mar sua guarida
Ocêis faiz as destruição
Xamano pra si os furacão
Pra dar fim nas suas vida.
Tornado, guerra , tufão
Pra compretá terremoto
As matança dos seus irmão
Xuva ácida e maremoto
Vai cuiê o qui prantá
Eu axo qui só vai restá
Vê ocêis só nas foto.
Os poléns nóis carregava
Para fecundá as fulô
Inquanto ocêis derribava
Todas as mata qui restô
As fulô foi se acabano
Pruquê o Sór foi secano
E o Planeta intão se acabô.