FUTURO DO PRETÉRITO

FUTURO DO PRETÉRITO.

Aos onze anos de idade recebi um pedido que tomei como uma ordem:

-Escrevam uma estória.

Era para todos da classe.Apenas eu, no entanto, absorvera tão dentro aquilo que de uma linha puxei todo carretel.

A minha professora, Estela ausentara-se por motivo de doença – Deus sabe o por quê – e secretaria, Marlene a substituíra.Como era secretaria não sabia bem o que fazer com uma classe de trinta e oito alunos.Para que nos ocupássemos sem aborrece-la deu-nos o pedido, que eu, só eu tomei pela máxima de uma vida inteira.

Escrever uma história de amor.

Escrevi uma história tão longa que foi sofrível para mim termina-la.

Rosa Branca que devia ser uma rosa branca, no meu conto tornou-se: Rosa Branca, a moça que foi desprezada, sem volta por ser pobre.E porque o príncipe tinha que ficar com a princesa.E a Rosa Branca era para ser pura e simplesmente: rosa branca.Mas eu a tornei uma moça, e me apaixonei pelo desdém que ela sofreu passiva no final.Mucama que era da princesa que sofria na prisão do castelo paterno, esperando o príncipe que ia salva-la, vindo em um cavalo branco.Rosa Branca os acompanhara para a casa do bosque.Rosa Branca fora fiel a sua ama, mas amava o príncipe, calada.E hoje, não outrora, digo que Rosa Branca contentava-se apenas em cheirar a roupa do seu amo amado.Se já leu folhetins de Joaquim Manuel De Macedo, que concorde, lembra muito, demais...