QUANTO TEMPO VALE SUA VIDA?

Note que na pergunta há uma moeda.

Quanto “tempo” vale sua vida? A moeda é parte do produto, ou do sujeito, se preferir uma melhora gramatical. Mas estamos falando de negócios.

Quanto dela daria para viver feliz o que lhe resta? O que resta? Sim, pois o nascimento é o primeiro dia do fim de nossas vidas. O princípio do fim. Ademais, existem apenas duas maneiras de se viver: bem e mal.

Quanto tempo daria, não para voltar ao começo, mas para torná-la, a partir desse prazo, o que sempre sonhou para ela. Quanto?

Um dia? Algumas semanas? Anos, talvez?

Se você tem a ventura de estar vivendo o que sempre sonhou, esteja certo, já pagou o preço. E o fez de forma que só você sabe quanto pagou. E, certamente, sabe que o preço foi justo. Afinal, este é um tipo de negócio em que somente é aceito pagamento antecipado.

Daria metade do tempo que lhe resta (que nem você sabe quanto) para viver a vida dos seus sonhos durante a outra metade?

Vamos, faça sua oferta! Faça-o, sob pena de guardar, no mínimo, uma frustração do tamanho de sua vida, por todo o resto dela. Mas, cuidado, é você quem decide o preço. Portanto, avalie bem o produto. Prove o sabor, a textura, o prazer... Plasme a felicidade e o bem estar que poderá ter e faça sua proposta. Faça-o de forma consciente, porém, de que a vida não regateia. Simplesmente aceita ou não o preço ofertado. Ela sabe que é pegar ou largar. Sabe o seu valor e está certa de que você também o sabe. E é aí que está a parte mais interessante deste negócio. A mercadoria mais valiosa é também o vendedor mais competente, que não se deixa enrolar nem cair em armadilhas.

A pior parte é a angústia da espera pela resposta, para se saber se a oferta foi ou não aceita. Ela não telefona nem nos envia bilhete, aviso, carta ou e-mail informando. Apenas recebemos ou não o produto.

Fui um privilegiado, porquanto tal vendedor foi condescendente comigo e me deu uma amostra (por assim dizer), o que apenas ratificou o que sempre pensei. Já estou pagando o preço que ofertei, embora ainda não saiba se foi aceito. Ela costuma cobrar seu real valor, se achar que nossa proposta foi superfaturada.

Minha oferta? Ofereci, ATÉ, cada um dos dias que me restam menos um, pois o que almejo é simplesmente, quem chamo de Meu Tudo, ou Vida Minha.

Júlio Marques
Enviado por Júlio Marques em 04/06/2008
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T1019119
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