O dia do bêbado solitário.

Pensei várias coisas hoje.

Levantei às 2:00h da manhã e começei a estudar.

Tinha três provas hoje, fiz as três com excelência.

Mas, quando cheguei em casa, feliz, por saber que tinha feito o meu melhor nas faculdades,

deparei-me com a infelicidade.

Ela chegou, sem bater na porta, e entrou arrogantemente.

Dia dos namorados, estou sozinho, no mesmo quarto branco, com os mesmos quadros e livros.

Não tenho ninguém para dizer: Eu te amo.

Então, tentei sonhar com a possibilidade de uma mulher se apaixonar por mim.

Via um corpo fenomenal, mas sem rosto.

Seios bem delianos, mas sem cor.

Ah! Se eu pudesse ser Deus.

Me vingaria do destino e faria um harém.

Mulheres de todas as cores, credos, filosofias de vida.

Mas, nada é perfeito, nem os sonhos.

Até porque os sonhos são materializações dos desejos, mas uma hora ou outra a realidade, enrustida, se volta aos sonhos.

O harém é desfeito, volto a ser um solitário com uma cerveja na mão.

Percebi que todo homem acha em si os próprios limites de seus sonhos,

talvez para não fugir da moralidade.

Queira ou não queira os melhores sonhos são os amorais...

As vontades, desejos, ficam suprimidas por comparação com a realidade.

Hoje, encontrei em mim o retrato do mundo, como não é visto.

Vazio, sem explicação, destrutivo.

Tornei-me um sofredor voluntário, não pelo mundo, mas por mim.

Pois, esqueci o que é felicidade, por preferir sonhar, por preferir não se arriscar na realidade.

Hoje, bêbado, solitário, depressivo, descobri...

Não sou uma metamorfose ambulante, não sou nenhuma revolução, não sou um gênio,

não sou amado, não tenho

NADA.

E não diga que estou errado.

Pois, não sei quem é você, não me importo.

Minha vida é uma tragédia, mas esta me torna vivo.